Os suplementos multivitamínicos são oferecidos no mercado a partir de uma lógica bastante criticada pelos profissionais que praticam a nutrição clínica funcional. A indicação dos multivitamínicos parte da promessa de resolver um sintoma. Assim, existem suplementos indicados para situações como cansaço, baixa imunidade, anemia, e outras. 

Multivitamínicos

A partir da visão da nutrição clínica funcional, existem alguns bons motivos para não indicar multivitamínicos ao paciente. Vamos olhar três deles em detalhe:

Absorção

A maior parte dos suplementos multivitamínicos apresentam os nutrientes numa forma que não é de melhor absorção.

Os minerais, por exemplo, costumam vir na forma inorgânica e não quelada. As formas queladas, preferenciais para a suplementação, são absorvidas como se fossem um aminoácido, entrando pelo mesmo transportador. 

O cromo, em vez de quelado ou picolinato, é um cloreto de cromo, que é muito mal absorvido. O selênio, não é apresentado na forma de levedura, que é de alta disponibilidade. Vem como selenito de sódio. O cobre, em vez de vir quelado, vem na forma de cloreto cúprico ou sulfato de cobre.

O ferro bisglicinato é mais biodisponível do que o sulfato ferroso, assim como o magnésio quelado é mais biodisponível do que o óxido de magnésio. Vitaminas lipossolúveis devem ser ingeridas com refeições com lipídeos ou em cápsulas oleosas. 

Essas formas inorgânicas competem entre si, sendo mal absorvidas. Além disso, induzem disbiose, geram fezes ricas em minerais de péssima qualidade e alteração do microbioma intestinal. 

Ainda pensando em absorção, é preciso avaliar previamente se o paciente tem algum distúrbio absortivo, colestase, disbiose ou parasitose. Em caso positivo, é preciso tratar a causa para que ele consiga absorver bem as suplementações. 

Variedade dos nutrientes

Nem sempre a variedade dos multivitamínicos será adequada. O suplemento multivitamínico pode ter nutrientes que o paciente não precisa e pode não oferecer aqueles nutrientes que seriam necessários. 

A vitamina E, por exemplo, aparece nas formas tocoferol e tocotrienol, que podem ser de 4 tipos: alfa, beta, gama e delta. Chama-se complexo E. Não existem multivitamínicos que contêm complexo E. Eles contêm só o alfa tocoferol. Quando você usa o alfa tocoferol, você depleta os outros sete. Na interação entre os nutrientes, ocorre competição e depleção.

Dosagem

Outro motivo para não prescrever multivitamínicos é a dosagem. 

A ingestão diária recomendada (IDR) é a quantidade de proteína, vitaminas e minerais que deve ser consumida diariamente para atender às necessidades nutricionais da maior parte dos indivíduos e grupos de pessoas de uma população sadia. É um indicador padrão. Os suplementos multivitamínicos indicam doses a partir da IDR. Ou seja, a dosagem pode ser adequada, insuficiente ou até mesmo excessiva para determinado paciente. 

Vamos pensar no exemplo de um paciente com deficiência em ferro, com ferritina em 20. Provavelmente vai precisar de ferro em torno de 45 mg por dia. No entanto, outro paciente que não tem essa deficiência em ferro não precisaria suplementar. Nesse caso, a suplementação pode ser prejudicial, uma vez que o ferro em excesso é pró-oxidante e aumenta a quantidade de radicais livres.

Com multivitamínicos é impossível ajustar a dose ideal para cada paciente. 

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Suplementação individualizada

A suplementação é uma ferramenta complementar que os profissionais da saúde usam para restaurar a saúde dos pacientes. A nutrição clínica funcional indica claramente que esse uso precisa ser realizado com sabedoria. É preciso identificar as carências nutricionais do paciente, calcular as doses corretas, levar em consideração as formas de absorção e a interação entre os nutrientes.

Os exames laboratoriais e genéticos, a análise do que o paciente consome e quais as carências de nutrientes que ele enfrenta em sua alimentação são os meios pelos quais se prescreve uma suplementação individualizada e assertiva. A prescrição está, inclusive, sujeita a correções nas próximas consultas. Nada disso é possível com o uso de multivitamínicos.   


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