De acordo com a fisiopatologia, os tipos de hipersensibilidade podem ser divididos em quatro grupos.

A hipersensibilidade é uma resposta exagerada ou inapropriada do sistema imunológico a substâncias que, em condições normais, não deveriam causar reações adversas.
Embora o conceito possa parecer complexo, ele é fundamental para entender uma série de condições alérgicas e autoimunes que afetam milhões de pessoas ao redor do mundo. Neste artigo, vamos explorar:
- O que é hipersensibilidade;
- Tipos de hipersensibilidade;
- Principais sintomas de hipersensibilidade;
- Tratamentos para hipersensibilidade.
O que é hipersensibilidade
Hipersensibilidade é uma resposta exagerada ou anormal do sistema imunológico a substâncias que geralmente são inofensivas para a maioria das pessoas. Essas substâncias, conhecidas como alérgenos, podem incluir pólen, poeira, alimentos, medicamentos, entre outros.
A hipersensibilidade pode variar em gravidade, desde leves irritações até reações severas que podem ser fatais. O diagnóstico e tratamento adequados são fundamentais para o manejo dessas condições.
Tipos de hipersensibilidade
Segundo a pesquisa Classification of hypersensitivity reactions, a hipersensibilidade é classificada em quatro grupos distintos de acordo com a fisiopatologia, sendo eles:
- Tipo I (Imediata);
- Tipo II (Citotóxica);
- Tipo III (Imunocomplexo);
- Tipo IV (Tardia).
De acordo com o estudo, as hipersensibilidades do tipo I são reações mediadas por IgE específica do alérgeno a receptor de alta afinidade nos mastócitos e basófilos. Além disso, alguns distúrbios são causados pela ativação inespecífica e independente de IgE dos mastócitos, podendo ser considerado um subconjunto de reações sistêmicas de hipersensibilidade do tipo I.
Já as reações de hipersensibilidades do tipo II são caracterizadas pela ligação de IgG/IgM a antígenos próprios na superfície das células, podendo causar danos teciduais pela ativação da fagocitose, citotoxicidade dirigida pelo complemento e/ou citotoxicidade mediada por células dependente de anticorpos.

Por sua vez, as hipersensibilidades do tipo III são reações mediadas por complexos imunes de IgG/IgM e antígenos, que se depositam nos tecidos para causar danos diretos aos órgãos.
Por fim, as hipersensibilidades do tipo IV são respostas retardadas mediadas por células T. Uma enumeração recente de subconjuntos de células T permitiu uma categorização adicional, dividindo a tipo IV em 4 subtipos: a, b, c e d. Com isso, espera-se refletir melhor a imunopatologia das doenças.
Principais sintomas de hipersensibilidade
As reações de hipersensibilidade podem ser decorrentes de antígenos de todos os tipos e tamanhos. Na prática clínica, as categorias de hipersensibilidade podem sobrepor-se e os pacientes podem apresentar sintomas de múltiplos tipos de reações de hipersensibilidade ao mesmo tempo.
Além disso, os sintomas de hipersensibilidade variam amplamente dependendo do tipo de reação e do alérgeno envolvido. Alguns dos principais sintomas associados a cada tipo de hipersensibilidade são:
Tipo I (Imediata):
- Rinite alérgica: espirros, coriza, prurido nasal e congestão nasal;
- Asma: dificuldade para respirar, chiado no peito e tosse;
- Anafilaxia: inchaço da face e garganta, dificuldade respiratória, queda da pressão arterial, erupção cutânea e, em casos graves, choque anafilático, que pode ser fatal.
Tipo II (Citotóxica):
- Anemia hemolítica autoimune: fadiga, palidez, icterícia e urina escura;
- Síndrome de Goodpasture: tosse com sangue, dificuldade para respirar e danos renais que levam à presença de sangue na urina e proteinúria.
Tipo III (Imunocomplexo):
- Lúpus eritematoso sistêmico: erupções cutâneas, febre, artrite, fadiga e problemas renais;
- Artrite reumatoide: dor, inchaço e rigidez nas articulações, especialmente pela manhã.
Tipo IV (Tardia):
- Dermatite de contato: vermelhidão, prurido, bolhas ou erupções na pele após contato com substâncias irritantes como níquel, látex ou produtos químicos;
- Tuberculose cutânea: formação de granulomas na pele e outros órgãos.
Além desses, outros sintomas gerais de hipersensibilidade podem incluir urticária, angioedema (inchaço das camadas profundas da pele) e problemas gastrointestinais como náuseas e vômitos, dependendo do alérgeno e da via de exposição.
Tratamentos para hipersensibilidade
Não existem terapias conhecidas que possam prevenir eficazmente as reações mediadas por IgE. Porém, as reações anafiláticas a algumas substâncias, que não são mediadas por IgE podem ser prevenidas através de pré-tratamento com corticosteróides e anti-histamínicos.

Já o tratamento para hipersensibilidade depende do tipo de reação, da gravidade dos sintomas e do alérgeno específico envolvido. O objetivo principal é aliviar os sintomas, prevenir reações futuras e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Alguns dos enfoques terapêuticos são:
- Evitar alérgenos;
- Medicações;
- Imunoterapia;
- Tratamentos específicos para anafilaxia;
- Terapias biológicas;
- Tratamento de suporte;
- Educação e aconselhamento.
Os tratamentos para hipersensibilidade são variados e muitas vezes necessitam de uma abordagem multidisciplinar para serem eficazes.
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