Até o início do século XX, a obesidade era considerada um problema individual causado por uma alimentação descontrolada e responsabilidade pessoal. Atualmente, a obesidade é descrita como uma doença imunometabólica, heterogênea, poligênica e multifatorial. Considerando a complexidade das causas, cientistas investigam o uso de probióticos no tratamento da obesidade. 

Probióticos para tratamento da obesidade

Obesidade

A obesidade é caracterizada pelo excesso e disfunção do tecido adiposo e por alterações da microbiota intestinal. É considerada uma epidemia multifatorial e representa o principal problema de saúde pública mundial.

Até agora, apesar de significativas pesquisas, os mecanismos envolvidos no desenvolvimento da obesidade não foram totalmente elucidados. No entanto, está estabelecido que três fatores principais – dieta, genética e microbiota intestinal – interagem uns com os outros e definem o perfil imunometabólico de um indivíduo. O intestino, o cérebro e o tecido adiposo são os principais órgãos envolvidos no desenvolvimento da obesidade.

Microbiota e obesidade

É amplamente reconhecido que a composição da microbiota intestinal condiciona o perfil metabólico de um indivíduo e que a disbiose e a baixa diversidade de espécies estão associadas à obesidade.

A obesidade se relaciona, na maioria dos casos, com mudanças na abundância relativa de dois filos bacterianos dominantes no intestino, Bacteroidetes e Firmicutes.

Acredita-se que a microbiota promove a obesidade ao aumentar a capacidade do hospedeiro em extrair energia dos alimentos ingeridos, controlar a ingestão de alimentos e a distribuição de energia.

Probióticos para tratamento

O estudo referência teve como objetivo avaliar o efeito de bactérias lácticas não inflamatórias, com diferentes capacidades adipo e imunomoduladoras, sobre parâmetros metabólicos e imunológicos e a composição da microbiota intestinal em camundongos alimentados com dieta hiperlipídica.

Foram selecionadas três cepas de bactérias lácticas não inflamatórias, com características específicas, Limosilactobacillus fermentum CRL1446, Lactococcus lactis CRL1434 e Lacticaseibacillus casei CRL431) para serem estudadas no ensaio in vivo.

As cepas CRL1446 e CRL1434 induziram alterações significativas no peso corporal, no tecido adiposo e no tamanho dos adipócitos. Além disso, essas cepas causaram diminuição dos níveis plasmáticos de glicose, colesterol, triglicerídeos, leptina, TNF-, IL-6 e aumento de IL-10.

As três cepas causaram diminuição no índice e diversidade de Firmicutes/Bacteroidetes. Porém, a cepa CRL431 aumentou o nível de leptina e não alterou os perfis de citocinas.

Os resultados sugerem que CRL1446 e CRL1434 podem ser utilizadas como cepas probióticas adjuvantes para o tratamento nutricional da obesidade e sobrepeso, enquanto a cepa CRL431 pode ser mais benéfica em patologias que requerem regulação do sistema imunológico.

Referência

Fabersani, Emanuel et al. “Lactic Acid Bacteria Strains Differently Modulate Gut Microbiota and Metabolic and Immunological Parameters in High-Fat Diet-Fed Mice.” Frontiers in nutrition vol. 8 718564. 9 Sep. 2021, doi:10.3389/fnut.2021.718564


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