Estudos sobre os riscos dos antibióticos para a saúde humana sugerem possíveis danos às células pelas fluoroquinolonas

Os antibióticos revolucionaram o tratamento de doenças infecciosas desde sua descoberta, proporcionando uma maneira eficaz de combater bactérias que ameaçam a saúde. No entanto, ao longo das últimas décadas, cresceu a preocupação com os riscos associados aos antibióticos, que vão desde efeitos colaterais indesejados até o desenvolvimento de resistência bacteriana, um desafio global crescente. Neste artigo, você vai ler:
- Como agem os antibióticos;
- Benefícios dos antibióticos;
- Riscos dos antibióticos;
- Fluoroquinolonas e dano celular.
Como agem os antibióticos
Os antibióticos são medicamentos poderosos usados para combater infecções bacterianas no corpo humano.
Eles funcionam de diferentes maneiras, dependendo do tipo de antibiótico e do organismo que estão destinados a combater. Alguns antibióticos atuam impedindo a produção de proteínas essenciais para a sobrevivência bacteriana, enquanto outros interferem na parede celular das bactérias, levando-as a se romper.
Há também antibióticos que bloqueiam processos metabólicos específicos dentro das bactérias, interrompendo sua capacidade de crescer e se reproduzir.

É importante notar que os antibióticos são seletivos em sua ação, visando especificamente as bactérias e não vírus. Eles podem ser administrados por via oral, intravenosa ou tópica, dependendo da gravidade da infecção e da localização no corpo.
Benefícios dos antibióticos
Os antibióticos têm sido um avanço significativo na medicina moderna, permitindo o tratamento eficaz de uma ampla gama de infecções bacterianas que, de outra forma, poderiam ser potencialmente fatais.
Eles ajudam a reduzir a propagação de doenças infecciosas, melhorando a qualidade de vida e aumentando as taxas de sobrevivência em pacientes afetados. Além disso, os antibióticos são fundamentais em procedimentos médicos complexos, como cirurgias e tratamentos de câncer, onde a prevenção de infecções é crucial para o sucesso do tratamento.
Graças aos antibióticos, muitas doenças que antes eram incuráveis ou fatais podem ser tratadas com sucesso, permitindo que as pessoas se recuperem mais rapidamente e retomem suas atividades normais.
Riscos dos antibióticos
Apesar de seus benefícios, o uso indevido e excessivo de antibióticos pode resultar em uma série de riscos para a saúde pública e individual.
A resistência bacteriana é um dos maiores desafios associados aos antibióticos. Quando as bactérias desenvolvem resistência aos antibióticos, tornam-se mais difíceis de tratar, aumentando o tempo e o custo do tratamento, além de aumentar o risco de complicações graves e morte.

Além disso, os antibióticos podem causar efeitos colaterais adversos, que variam de leves, como náusea e diarreia, a reações alérgicas graves e disfunção hepática. O uso indiscriminado de antibióticos também pode perturbar a flora intestinal normal, levando ao crescimento excessivo de bactérias resistentes e potencialmente patogênicas.
Portanto, é essencial usar antibióticos apenas quando estritamente necessário e conforme prescrito por um profissional de saúde qualificado, para garantir que continuem sendo uma ferramenta eficaz no tratamento de infecções bacterianas.
Fluoroquinolonas e dano celular
Os antibióticos quinolônicos, desenvolvidos na década de 60, matam bactérias bloqueando enzimas chamadas topoisomerases de classe II, que normalmente desembaraçam o DNA durante a replicação celular.
Na década de 80, pesquisadores adicionaram átomos de flúor às estruturas das quinolonas, permitindo que os antibióticos penetrassem nos tecidos de todo o corpo, incluindo o Sistema Nervoso Central (SNC), o que aumentou a sua eficácia contra uma ampla gama de infecções bacterianas.
Porém, algumas pessoas apresentaram sintomas que vão desde distúrbios psiquiátricos e sensoriais até problemas musculares, tendões e nervos. Além disso, esses efeitos surgiram rapidamente e duraram meses ou anos.

Estudos isolados apontaram que as fluoroquinolonas danificam a função mitocondrial, o que pode afetar todas as células do corpo. Isso explica a ampla gama de sintomas que podem aparecer e piorar com o tempo.
O estudo When antibiotics turn toxic, feito em células renais humanas, relatou que as fluoroquinolonas podem se ligar a átomos de ferro dos sítios ativos de várias enzimas que modificam o DNA, levando a alterações epigenéticas que podem estar relacionadas a alguns dos efeitos colaterais da droga.
Em 2016, a FDA aceitou a existência de uma síndrome potencialmente permanente, a que chama incapacidade associada à fluoroquinolona (FQAD), recomendando que os medicamentos fossem reservados para infecções graves.
A toxicidade da fluoroquinolona é um exemplo convincente da compreensão emergente de que os antibióticos não prejudicam apenas os micróbios, eles também podem danificar gravemente as células humanas.
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Acredita-se que administrar antioxidantes juntamente com fluoroquinolonas parece mitigar os efeitos nas mitocôndrias. Você se atenta ao aporte de antioxidantes para pacientes em uso de antibióticos?
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