Os produtos químicos conhecidos como PFAS (substâncias per e polifluoroalquil) têm despertado crescente preocupação devido aos seus potenciais efeitos nocivos na saúde humana, especialmente durante a gestação.

Os PFAS constituem uma classe complexa de compostos químicos notáveis por sua presença generalizada em produtos de consumo diário. A crescente apreensão em torno dessas substâncias deriva não apenas de sua persistência ambiental, mas também dos impactos potenciais em uma fase crucial da vida humana: a gestação.
Este artigo busca oferecer uma análise abrangente sobre o que são os PFAS, onde podem ser encontrados e como essas substâncias influenciam a saúde durante a gravidez.
Ao longo do texto, você vai conferir:
- O que são os PFAS
- Onde são encontrados os PFAS
- Efeitos dos PFAS na saúde humana
- Sintomas da exposição aos PFAS
- PFAS e a reprodução humana
- Efeitos dos PFAS na gestação
- Eliminando os PFAS do organismo
O que são os PFAS
Os PFAS, com suas ligações carbono-flúor, apresentam características únicas que os tornam resistentes à degradação ambiental.
Amplamente utilizados em produtos como revestimentos impermeáveis, agentes extintores de incêndio e embalagens de alimentos, esses compostos se infiltraram em nosso cotidiano de maneira significativa.
A estrutura molecular única dos PFAS é parte do que os torna tão persistentes no ambiente e, por conseguinte, uma preocupação crescente para a saúde pública.

Onde são encontrados os PFAS
Os PFAS são onipresentes, desde fontes naturais até áreas urbanas densamente povoadas.
A contaminação ocorre principalmente por meio de descargas industriais, vazamentos de produtos químicos e descarte inadequado de resíduos. Esses compostos podem se acumular em várias fontes, incluindo água potável, solo e alimentos, criando uma rede complexa de exposição.
Efeitos dos PFAS na saúde humana
Estudos têm indicado que a exposição prolongada aos PFAS está associada a uma série de problemas de saúde, incluindo distúrbios hormonais, comprometimento do sistema imunológico e até mesmo câncer.
Os efeitos dos PFAS podem compreender fígado, rins, sistema imunológico e tireóide, além de interferirem com o colesterol e o peso ao nascer do bebê.
Além disso, essas substâncias podem persistir no corpo humano por longos períodos, acumulando-se ao longo do tempo e ampliando seus efeitos adversos.

Sintomas da exposição aos PFAS
Os sintomas específicos associados à exposição aos PFAS podem variar, e em alguns casos, a exposição pode ser assintomática. No entanto, existem relatos e estudos que indicam possíveis efeitos adversos na saúde associados a essa exposição.
Abaixo estão alguns sintomas associados à exposição aos PFAS:
- Distúrbios hormonais;
- Comprometimento do sistema imunológico;
- Problemas no fígado;
- Aumento do risco de certos cânceres;
- Dislipidemia;
- Disfunções metabólicas;
- Problemas renais;
- Problemas neurológicos.
No entanto, a presença de sintomas pode depender da concentração de PFAS no ambiente e do tempo de exposição. Além disso, outros fatores, como idade, estado de saúde e genética, podem influenciar a suscetibilidade aos efeitos dos PFAS.
PFAS e a reprodução humana
Há indícios de que os PFAS podem interferir nos hormônios reprodutivos, o que poderia afetar a fertilidade e contribuir para complicações durante a gestação.
A gestação é um período crítico em que a exposição a substâncias tóxicas pode ter impactos significativos na saúde materna e fetal. Os PFAS não são exceção, visto que placenta é um potencial alvo da toxicidade dessas substâncias.
Estudos sugerem que a presença desses compostos durante a gravidez pode estar associada a complicações como parto prematuro, baixo peso ao nascer e problemas no desenvolvimento do sistema nervoso do feto. Em outros casos, o PFAS também podem ser associados à menopausa precoce.

Além disso, pesquisas encontraram PFAS na placenta, no leite materno e no sangue do cordão umbilical, sugerindo um potencial de transferência placentária e lactacional de PFAS para fetos e bebês em desenvolvimento.
Efeitos dos PFAS na gestação
O estudo Concentrations of per- and polyfluoroalkyl substances (PFAS) in human placental tissues and associations with birth outcomes investigou a presença de diversos PFAS em 120 placentas de mulheres americanas durante 2010-2011, visando explorar as conexões entre os PFAS placentários e os resultados do parto.
Em todas as amostras, foi detectado pelo menos um analito de PFAS, com níveis mais elevados observados nas placentas de mulheres nulíparas – que nunca tiveram filhos – em comparação com mulheres multíparas – mulheres que já tiveram parto de bebê com ≥ 500 g ou ≥ 22 semanas, vivo ou morto, com ou sem malformações, por qualquer via. Isso sugere que a paridade pode influenciar o acúmulo de PFAS nesse órgão.

A exposição mais significativa aos PFAS na placenta foi associada a menor peso ao nascer para a idade gestacional em bebês do sexo masculino e maior peso ao nascer em bebês do sexo feminino.
Portanto, as associações identificadas com os resultados do nascimento apontam para preocupações potenciais sobre efeitos adversos à saúde em bebês expostos aos níveis mais elevados de PFAS.
Em resumo, os resultados destacam a importância de avaliar associações específicas de sexo entre os PFAS na placenta e os resultados do parto.
Eliminando os PFAS do organismo
Infelizmente, a eliminação dos PFAS do corpo humano ainda representa um desafio devido à sua persistência e resistência à degradação. Esses compostos têm a capacidade de se acumular ao longo do tempo, dificultando sua excreção natural.
Embora não exista uma solução única para a remoção completa dos PFAS do organismo, algumas estratégias podem ser adotadas para reduzir a exposição e minimizar a carga corporal dessas substâncias.
A principal abordagem envolve evitar fontes conhecidas de PFAS, como utensílios de cozinha antiaderentes, embalagens de alimentos processados e água contaminada.
Além disso, a promoção de uma alimentação saudável e equilibrada, rica em antioxidantes e nutrientes, pode contribuir para o fortalecimento do sistema de desintoxicação natural do corpo. A hidratação adequada também é crucial, pois favorece a eliminação de toxinas por meio da urina.
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Profissionais de saúde devem estar atentos a essas evidências para orientar melhor suas pacientes. Você já conhecia a toxicidade dos PFAS? Compartilhe sua opinião nos comentários.
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