A Síndrome Cardiovascular-Renal-Metabólica é um termo recente, usado para descrever a interação entre diferentes condições de saúde.

No complexo panorama das doenças crônicas, a interconexão entre problemas cardiovasculares, renais e metabólicos tem se tornado cada vez mais evidente. A Síndrome Cardiovascular-Renal-Metabólica (CKM) é um termo emergente que descreve a sobreposição e a interação entre essas condições de saúde, frequentemente exacerbadas por fatores como hipertensão, diabetes e obesidade

Este conceito holístico reflete a compreensão de que o coração, os rins e o metabolismo não funcionam de forma isolada, mas sim em um delicado equilíbrio, onde a disfunção de um órgão pode impactar negativamente os outros. Neste artigo, você vai ler:

Funcionamento do sistema cardiovascular

O sistema cardiovascular, também conhecido como sistema circulatório, é responsável por transportar sangue, nutrientes, gases e resíduos para e dos tecidos do corpo. Este sistema é composto pelo coração, vasos sanguíneos (artérias, veias e capilares) e o sangue.

Outro ponto importante é o ciclo cardíaco, que descreve a sequência de eventos que ocorrem quando o coração bate. Ele inclui a sístole, contração dos ventrículos para bombear sangue para fora do coração, e a diástole, relaxamento dos ventrículos, permitindo que se encham de sangue.

As funções primárias do sistema cardiovascular envolvem:

Funcionamento do sistema urinário

O sistema urinário é responsável pela remoção de resíduos do sangue e pela regulação do equilíbrio hídrico e de eletrólitos no corpo. Ele é composto por dois rins, dois ureteres, uma bexiga urinária e uma uretra.

Os rins são órgãos em forma de feijão localizados na parte posterior do abdômen. Eles filtram o sangue para remover resíduos e excesso de água, formando a urina. Cada rim contém milhões de unidades de filtração chamadas néfrons, que são responsáveis pela purificação do sangue.

As funções primárias do sistema urinário são:

Funcionamento do metabolismo

O metabolismo refere-se ao conjunto de reações químicas que ocorrem nas células do corpo para manter a vida. Ele é dividido em dois processos principais: catabolismo e anabolismo.

O catabolismo é o processo de quebra de moléculas grandes em menores, liberando energia. Exemplos incluem a degradação de carboidratos, gorduras e proteínas em moléculas menores como glicose, ácidos graxos e aminoácidos, respectivamente. Essas reações liberam energia na forma de ATP (adenosina trifosfato), que é usada pelas células para realizar funções vitais.

Já o anabolismo é o processo de construção de moléculas complexas a partir de moléculas menores, utilizando energia. Exemplos incluem a síntese de proteínas a partir de aminoácidos, a formação de ácidos graxos e a replicação do DNA.

O metabolismo é regulado por hormônios como insulina, glucagon, adrenalina e cortisol, que ajustam as atividades anabólicas e catabólicas conforme as necessidades do corpo. Enzimas também desempenham um papel crucial, atuando como catalisadores para acelerar as reações metabólicas.

O que é a Síndrome Cardiovascular-Renal-Metabólica

A correlação entre doenças metabólicas, cardiovasculares e renais crônicas foi definida recentemente pela American Heart Association (AHA) como Síndrome Cardiovascular-Renal-Metabólica (CKM).

Segundo o estudo Cardiovascular-Kidney-Metabolic (CKM) syndrome: A state-of-the-art review, a fisiopatologia da CKM é caracterizada por uma interação complexa de mecanismos hemodinâmicos e neuro-hormonais que incluem hiperglicemia, resistência à insulina, atividade aumentada do sistema renina-angiotensina-aldosterona e exacerbação do estresse oxidativo.

De acordo com AHA, a CKM é categorizada em quatro estágios distintos conforme os níveis de progressão e gravidade. No estágio 0 os indivíduos não apresentam fatores de risco identificáveis para doença cardiovascular, renal crônica ou metabólica. 

Esse momento visa a prevenção e manutenção da saúde cardiovascular, com recomendações de comportamentos de saúde como: ser mais ativo, parar de fumar, ter um sono saudável, controlar o peso, o colesterol, a glicemia e a pressão arterial.

No estágio 2, os indivíduos apresentam diabete melittus tipo 2, hipertensão arterial, TG elevados ou doença renal crônica, sinalizando um risco elevado de agravamento das condições renais e cardíacas. Por sua vez, o estágio 3 abrange doença cardiovascular precoce em indivíduos com fatores de risco metabólicos, doença renal crônica ou alto risco para doença cardiovascular.

Em ambos, a terapêutica é abordar ativamente os fatores de risco, buscando evitar a progressão para doença cardiovascular e insuficiência renal.

O estágio 4 se refere a indivíduos com doença cardiovascular sintomática com excesso de gordura corporal, fatores de risco metabólicos ou doença renal crônica, incluindo insuficiência renal. O tratamento deve ser personalizado, levando em consideração condições específicas associadas à CKM.

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São necessárias mais pesquisas para aprofundar a compreensão da fisiopatologia da CKM, mas uma abordagem holística é de suma importância para promover melhores resultados de saúde dos pacientes. A Nutrição Funcional tem muito a contribuir na prevenção e tratamento desta complexa rede de condições de saúde. Concorda?

Referência:

Sebastian SA, Padda I, Johal G. Cardiovascular-Kidney-Metabolic (CKM) syndrome: A state-of-the-art review. Curr Probl Cardiol. 2024 Feb;49(2):102344. doi: 10.1016/j.cpcardiol.2023.102344. Epub 2023 Dec 14. PMID: 38103820.


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