Os nutracêuticos têm despertado um interesse considerável devido à sua capacidade potencial de aliviar os sintomas da depressão e melhorar o bem-estar mental.

A depressão é uma condição mental complexa que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, interferindo significativamente na qualidade de vida e bem-estar emocional. Enquanto as abordagens tradicionais, como terapia e medicamentos prescritos, desempenham um papel vital no tratamento da depressão, uma crescente área de interesse está emergindo no campo da saúde mental: os nutracêuticos.
Neste artigo você vai ler:
- O que é depressão
- Sintomas de depressão
- Tratamentos para depressão
- Suplementação na depressão
- O que são os nutracêuticos
- Nutracêuticos para depressão: o que diz a ciência
O que é depressão
A depressão é muito mais do que simplesmente sentir-se triste ou desanimado. É uma condição mental complexa e debilitante que afeta a maneira como uma pessoa pensa, sente e lida com as atividades diárias.
É uma doença mental que afeta a saúde emocional, mental e física de uma pessoa. Ela pode se manifestar de várias maneiras e pode ser influenciada por uma combinação de fatores genéticos, biológicos, ambientais e psicológicos.
Enquanto cada indivíduo pode experimentar a depressão de maneira diferente, há alguns sintomas comuns que ajudam a identificar a presença dessa condição.
Sintomas de depressão
É essencial reconhecer que a depressão não é uma fraqueza pessoal ou uma falha de caráter, mas, sim, uma condição médica que pode afetar qualquer pessoa, independentemente de idade, sexo ou origem étnica. Entre os principais sintomas que uma pessoa com depressão manifesta, estão:
- Tristeza persistente: sentimentos de tristeza, desesperança e vazio que persistem por longos períodos, muitas vezes sem uma causa específica;
- Perda de interesse: diminuição do interesse ou prazer em atividades que costumavam ser gratificantes, como hobbies, trabalho ou relacionamentos;
- Fadiga e falta de energia: sensação constante de cansaço, falta de energia e dificuldade em realizar tarefas cotidianas;
- Distúrbios do sono: insônia, dificuldade em adormecer ou permanecer dormindo, ou dormir em excesso;
- Mudanças de apetite: aumento ou diminuição do apetite, muitas vezes resultando em ganho ou perda significativa de peso;
- Dificuldade de concentração: dificuldade em se concentrar, tomar decisões ou lembrar informações importantes;
- Sentimentos de inutilidade ou culpa: sentimentos intensos de inutilidade, culpa excessiva ou autocondenação;
- Pensamentos suicidas: pensamentos recorrentes de morte ou suicídio, bem como planos ou tentativas de autoagressão.
Tratamentos para depressão
O tratamento da depressão envolve uma abordagem multifacetada que pode incluir terapia psicológica, medicamentos antidepressivos e mudanças no estilo de vida.

Cada indivíduo pode responder de maneira diferente aos diferentes tipos de tratamento. Por isso, é importante encontrar a combinação certa que funcione melhor para cada pessoa. Algumas opções comuns de tratamento para depressão, são:
- Terapias psicológicas: essas abordagens terapêuticas ajudam os indivíduos a entender e modificar padrões de pensamento negativos, desenvolver habilidades de enfrentamento saudáveis e melhorar os relacionamentos interpessoais;
- Medicamentos antidepressivos: são frequentemente prescritos para ajudar a aliviar os sintomas da depressão, especialmente quando a terapia por si só não é suficiente. Existem vários tipos de antidepressivos disponíveis, incluindo inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS), inibidores da recaptação de serotonina-noradrenalina (IRSN), entre outros;
- Estimulação cerebral profunda (ECP): essa técnica envolve a implantação de eletrodos no cérebro, que são estimulados eletricamente para regular a atividade cerebral e aliviar os sintomas da depressão;
- Exercício físico: o exercício ajuda a liberar endorfinas, neurotransmissores que podem elevar o humor, além de promover uma sensação de realização e autoestima;
- Mudanças no estilo de vida: fazer mudanças positivas no estilo de vida, como melhorar a qualidade do sono, adotar uma dieta equilibrada, reduzir o consumo de álcool e outras substâncias, e praticar técnicas de relaxamento, como meditação e mindfulness, pode ajudar a complementar outros tratamentos para a depressão.
Suplementação na depressão
Além dos tratamentos convencionais, a suplementação com nutrientes específicos tem sido cada vez mais estudada como uma abordagem complementar no manejo da depressão.
Os suplementos naturais podem oferecer uma maneira segura e acessível de ajudar a aliviar os sintomas da depressão e melhorar o bem-estar emocional. Alguns exemplos de suplementos que têm sido associados a benefícios na depressão, são:
- Ômega-3: estudos sugerem que o ômega-3 pode ajudar a reduzir a inflamação no cérebro e melhorar a comunicação entre as células nervosas;
- Vitamina D: a deficiência de vitamina D tem sido associada a um maior risco de depressão;
- S-adenosilmetionina (SAMe): estudos indicam que a suplementação com SAMe pode ser eficaz no alívio dos sintomas da depressão, embora mais pesquisas sejam necessárias para entender completamente seus efeitos.
- 5-hidroxitriptofano (5-HTP): é um aminoácido que é convertido em serotonina, um neurotransmissor associado ao humor e ao bem-estar;
- L-teanina: é uma substância conhecida por seus efeitos relaxantes e de redução do estresse.

O que são os nutracêuticos
O termo “nutracêutico” é uma combinação de “nutrição” e “farmacêutico”. Ele se refere a substâncias bioativas encontradas em alimentos ou produtos derivados de alimentos que oferecem benefícios à saúde além de suas funções nutricionais básicas.
Esses compostos podem incluir vitaminas, minerais, antioxidantes, ácidos graxos, fibras alimentares, fitoquímicos e outros ingredientes naturais. Além disso, os nutracêuticos atuam de várias maneiras para promover a saúde e prevenir doenças.
Eles podem ter propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias, imunomoduladoras, neuroprotetoras, entre outras. Por exemplo, alguns nutracêuticos podem ajudar a reduzir a inflamação no corpo, enquanto outros podem proteger contra danos oxidativos às células. Alguns dos nutracêuticos mais conhecidos são: curcumina, probióticos, ômega-3 e polifenóis.
Nutracêuticos para depressão: o que diz a ciência
Na última década, vários ensaios clínicos foram realizados destacando o uso adjuvante de ômega 3, vitamina D, S-adenosilmetionina (SAMe) e metilfolato na depressão.
No estudo Exploring the Role of Nutraceuticals in Major Depressive Disorder (MDD): Rationale, State of the Art and Future Prospects, a intervenção de PUFAs ω-3 com Ácido Graxo Eicosapentaenoico (EPA) maior que 60%, somada ao ácido docosahexaenoico (DHA), demonstrou efeitos pleiotrópicos incluindo ação anti-inflamatória e efeito neuroprotetor.
O EPA denota mais efeitos antidepressivos porque seus metabólitos lipídicos têm comportamento endocanabinóide, que implicam efeitos na imunomodulação, neuroinflamação, ingestão alimentar e humor.
Por sua vez, a vitamina D tem seu papel nas vias de sinalização para a imunidade inata intestinal e na manutenção da microbiota intestinal. Vale ressaltar que alterações na composição e dinâmica da microbiota foram observadas na depressão.

A serotonina cerebral é sintetizada a partir do triptofano e essa via é mediada pelo calcitriol. Assim, um adjuvante prático para a depressão poderia ser a suplementação de vitamina D em combinação com triptofano.
O S-adenosilmetionina (SAMe) é considerado um regulador epigenético mestre com muitas funções reconhecidas no sistema nervoso central (SNC), podendo exercer benefícios no manejo clínico da depressão. Resultados promissores foram descritos em pacientes suplementados com SAMe e Lactobacillus Plantarum HEAL9.
Já o 5-metiltetrahidrofolato (5-MTHF) é a forma ativa do folato, essencial para restaurar os níveis de SAMe, ao mesmo tempo que estimula a síntese de monoaminas e pode ser útil para melhorar o dano neuroinflamatório em pacientes com depressão tanto por mecanismos diretos quanto indiretos.
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Micronutrientes, prebióticos, probióticos, carnitina, aminoácidos e compostos bioativos derivados de plantas estão apresentando resultados promissores, mas principalmente em modelos animais.
No entanto, não devemos esquecer que os nutracêuticos contidos numa matriz alimentar adequada são, geralmente, mais eficazes do que aqueles administrados como suplementos. Qual sua experiência com suplementação de nutracêuticos na depressão?
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