Diabetes mellitus (DM) e complicações relacionadas ao diabetes estão entre as principais causas de mortalidade no mundo todo. A Federação Internacional de Diabetes (IDF) estimou que 592 milhões de pessoas sofrerão com DM até o ano de 2035. Pesquisas indicam que o diabetes mellitus acompanha outras complicações como distúrbios cardiovasculares, neuropatia diabética, retinopatia e nefropatia, aumentando a taxa de mortalidade e comorbidades. Neste cenário, alguns cientistas consideram vital encontrar uma nova biomolécula que possa efetivamente ajudar no controle do diabetes. As drogas existentes provocam inúmeros efeitos colaterais.
Revisão publicada recentemente resumiu o potencial terapêutico da melatonina em vários modelos diabéticos e avaliou sua aplicação como um medicamento seguro para o tratamento de complicações diabéticas e manifestações diabéticas como estresse oxidativo, inflamação, estresse do RE, disfunção mitocondrial, desregulação metabólica, etc.

Ação da melatonina
O estilo de vida atual conduz gradualmente para um padrão noturno ativo exagerado e um padrão diurno sedentário, criando um ritmo circadiano perturbado. O ritmo circadiano prejudicado está fortemente implicado na tolerância diminuída à glicose e no aumento do risco de diabetes tipo 2.
A secreção da melatonina, o principal hormônio da glândula pineal, atinge seu pico à noite em todas as espécies. A melatonina tem propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias e antienvelhecimento, e desempenha um papel fundamental em vários distúrbios do sono.
Distúrbios do sono e baixos níveis de melatonina afetam a homeostase da glicose e o controle do apetite, ligando a melatonina ao diabetes. Foi relatado que a melatonina estimula diretamente a secreção de insulina como resultado do aumento dos níveis de glucagon nas ilhotas humanas.
Além disso, estudos genômicos revelaram que variantes raras no receptor de melatonina (MTNR1B) também estão associadas à tolerância diminuída à glicose e aumento do risco de DM2.
A dinâmica mitocondrial também é crucial no DM2 e em suas complicações vasculares. Curiosamente, a melatonina demonstrou desempenhar um papel essencial na regulação da homeostase mitocondrial como um potente antioxidante e regulador bioenergético.
A melatonina também tem efeitos anti-inflamatórios, antiapoptóticos e antioxidantes nas células β, e sua sinalização induz a regeneração e sobrevivência dessas células.
A secreção rítmica de melatonina e ingestão de alimentos é importante no que diz respeito aos seus efeitos no metabolismo da glicose. Foi sugerido que a baixa melatonina durante a ingestão de alimentos favorece a tolerância à glicose, enquanto a alta melatonina durante o jejum ajuda na recuperação das células β.
Melatonina no diabetes
Os estudos em sua maioria ainda sugerem os efeitos positivos da melatonina em vários modelos de complicações diabéticas, como cardiomiopatia diabética, neuropatia diabética, retinopatia diabética e nefropatia diabética.
Apesar da melatonina atuar como modulador para a maioria das funções fisiológicas, apresenta certas limitações em termos de dosagem, tempo e duração da administração, distribuição de seus receptores e seu tempo diferencial de liberação com base em padrões de sono e alimentação.
Com base nessas limitações, ainda não está bem estabelecido o uso da melatonina como uma molécula terapêutica. As pesquisas devem continuar.
Referência
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