Os exames laboratoriais, quando interpretados de forma abrangente, possibilitam ao profissional da saúde cuidar verdadeiramente de seus pacientes. Pesquisadores apontam para a utilização de um marcador de inflamação simples e efetivo, acessível na interpretação adequada dos exames laboratoriais.
Inflamação e diabetes
A hiperglicemia prolongada promove o desenvolvimento de diversas complicações em decorrência do processo inflamatório que está intimamente relacionado com a resistência à insulina, que leva ao diabetes tipo 2.
Os níveis de glicose sanguínea elevados são tóxicos ao organismo diante da glicação de proteínas, da hiperosmolalidade e do aumento dos níveis de sorbitol intracelular.
A glicação é uma reação não enzimática de ligação irreversível entre glicose e proteína. Assim se origina a hemoglobina glicada (HbA1c), que, além da dosagem de glicemia, tornou-se importante ferramenta para o diagnóstico de diabetes mellitus, para o acompanhamento do controle glicêmico e na predição de riscos de complicações vasculares.
Níveis de HbA1c maiores do que 7% estão associados a um maior risco de lesões orgânicas e irreversíveis, mas não predizem processos inflamatórios.
Um marcador simples e efetivo
Nos últimos anos, a razão neutrófilo-linfócito (RNL) e a razão plaqueta-linfócito (RPL) foram introduzidas como potenciais marcadores inflamatórios em doenças cardíacas, neoplasias e complicações associadas com o diabetes.
Buscando apurar parâmetros para avaliação de inflamação sistêmica, o estudo referenciado comparou a RNL e a RPL em indivíduos hiperglicêmicos e normoglicêmicos. Foram incluídos 139 indivíduos hiperglicêmicos e 139 normoglicêmicos.
A RPL encontrada entre pacientes hiperglicêmicos foi significativamente menor do que a RPL de pacientes normoglicêmicos, enquanto a RNL não diferiu entre os grupos.
Há poucos estudos no Brasil sobre a RNL e a RPL nos estados hiperglicêmicos. Tendo conhecimento de que a hiperglicemia prolongada causa graves complicações e elevada morbimortalidade, mais estudos que auxiliem no prognóstico das complicações crônicas do diabetes tipo 2 são de extrema importância.
Já foi possível verificar o potencial desses marcadores, mas pesquisas futuras são necessárias para analisar o valor prognóstico da razão neutrófilo-linfócito e da razão plaqueta-linfócito no estado hiperglicêmico.
Referência
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