Apesar de cada vez mais comuns, as intolerâncias alimentares não são totalmente compreendidas pelas pessoas

As intolerâncias alimentares são cada vez mais reconhecidas como um problema de saúde comum, afetando milhões de pessoas em todo o mundo. No entanto, muitos ainda confundem esses distúrbios com as alergias alimentares, ou não compreendem plenamente o impacto que elas podem ter no bem-estar geral. Neste artigo, você vai conhecer:
- O que são intolerâncias alimentares;
- Diferença entre intolerância e alergia alimentar;
- Causas e sintomas de intolerância alimentar;
- Um novo olhar da ciência para as intolerâncias alimentares.
O que são intolerâncias alimentares
As intolerâncias alimentares são reações adversas do organismo ao consumo de certos alimentos ou ingredientes.
As intolerâncias ocorrem quando o corpo tem dificuldade em digerir ou metabolizar substâncias específicas presentes nos alimentos. Além disso, elas podem acontecer devido à falta de enzimas necessárias para a digestão de certos nutrientes, como a lactase no caso da intolerância à lactose.
As intolerâncias alimentares podem levar a sintomas desconfortáveis, como inchaço, diarreia, dores abdominais, entre outros. Contudo, essas reações não são imediatas e podem variar em intensidade, dependendo da quantidade de alimento ingerido e da sensibilidade individual.

Diferença entre intolerância e alergia alimentar
A intolerância alimentar e a alergia alimentar são condições distintas, embora ambas envolvam reações adversas a alimentos. A principal diferença está no mecanismo subjacente de cada uma.
Isso porque a alergia alimentar envolve o sistema imunológico: quando uma pessoa com alergia ingere um determinado alimento, o corpo identifica erroneamente uma proteína como uma ameaça, desencadeando uma resposta imunológica que pode ser grave, como anafilaxia.
Por sua vez, a intolerância alimentar não envolve o sistema imunológico. Em vez disso, ocorre devido à incapacidade do organismo de digerir ou processar certos componentes alimentares, resultando em sintomas gastrointestinais.
Além disso, as alergias alimentares tendem a ser mais perigosas e podem requerer intervenção médica imediata, enquanto as intolerâncias alimentares geralmente causam desconforto, mas não ameaçam a vida.
Causas e sintomas de intolerância alimentar
As causas das intolerâncias alimentares são variadas e podem incluir a deficiência de enzimas necessárias para a digestão de certos alimentos, como no caso da intolerância à lactose, ou a sensibilidade a aditivos alimentares como sulfitos e glutamato monossódico (MSG).

Ainda, outros fatores incluem a resposta exagerada do intestino a alimentos específicos, o que pode ser influenciado por distúrbios gastrointestinais preexistentes, como a síndrome do intestino irritável (SII).
Os sintomas de intolerância alimentar podem ser desconfortáveis e impactar a qualidade de vida. No entanto, os sinais mais comuns incluem:
- Inchaço;
- Gases;
- Diarreia;
- Dores abdominais;
- Náuseas;
- Desconforto geral após a ingestão do alimento causador.
Esses sintomas geralmente aparecem algumas horas após o consumo e variam em intensidade dependendo da quantidade de alimento ingerido e da sensibilidade individual. Além disso, é importante destacar que, ao contrário das alergias, as intolerâncias alimentares não desencadeiam reações imunológicas severas, mas podem levar a complicações se não forem gerenciadas adequadamente.
Um novo olhar da ciência para as intolerâncias alimentares
Existe uma estreita relação entre a ingestão de determinados alimentos e o aparecimento de diversos sintomas. Essa relação é genericamente definida como intolerância alimentar.
Essas condições deveriam ser mais adequadamente indicadas como reações adversas alimentares (RAAs), que são definidas como o aparecimento de qualquer reação clínica anômala após a ingestão, contato ou inalação de alimentos ou aditivos neles contidos.
Portanto, alergias alimentares, doença celíaca, sensibilidade ao glúten não celíaca (SGNC), mucosite de contato alérgica ao níquel (Ni-ACM), intolerância à lactose e distúrbios relacionados à ingestão de FODMAPS podem ser, em conjunto, identificados como RAAs.
Embora a etiologia e a patogênese de diversas RAAs já sejam conhecidas, os mecanismos etiopatogenéticos e as características histopatológicas da SGNC e da Ni-ACM ainda não estão completamente definidas. Isso foi abordado no estudo New Insights and Evidence on “Food Intolerances”: Non-Celiac Gluten Sensitivity and Nickel Allergic Contact Mucositis.
A pesquisa avaliou a relação entre a ingestão de alimentos contendo glúten ou níquel e o aparecimento de sintomas específicos, bem como melhorias clínicas após uma dieta sem glúten e/ou sem níquel. No levantamento, as apresentações clínicas da SGNC e da Ni-ACM foram indistinguíveis das da doença celíaca.

As exceções foram a maior gravidade de dermatite e dor de cabeça em pacientes com SGNC e dor pélvica em pacientes com Ni-ACM. Além disso, foi identificado inflamação de baixo grau na mucosa duodenal de ambas as condições.
Os pacientes foram submetidos ao questionário da escala de avaliação de sintomas gastrointestinais (GSRS) e à detecção de anticorpos IgA para transglutaminase tecidual, assim como teste de contato da mucosa oral ao glúten (GOMPT) e ao níquel (Ni-OMPT) e biópsias.
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Por fim, o estudo demonstrou que o GSRS ,GOMPT e Ni-OMPT e ainda o marcador endotelial CD34 podem ser ferramentas úteis no procedimento diagnóstico dessas patologias emergentes. Você já atendeu casos de SGNC ou Ni-ACM? Compartilhe conosco sua experiência.
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