A relação entre intestino e imunidade tem um papel fundamental na defesa do corpo humano contra infecções parasitárias

O intestino desempenha um papel crucial na saúde imunológica, atuando como uma linha de defesa importante contra infecções e doenças. Um dos principais mecanismos dessa defesa é a microbiota intestinal, um ecossistema de microorganismos que contribui para a proteção do corpo, inclusive no combate a parasitas. Neste artigo, você vai ler:
- Papel do sistema imunológico;
- Como ter um sistema imunológico forte;
- Relação entre intestino e imunidade;
- Microbiota intestinal e parasitas.
Papel do sistema imunológico
O sistema imunológico é o principal mecanismo de defesa do corpo contra agentes nocivos, como vírus, bactérias, fungos e toxinas.
Assim, ele é composto por uma rede complexa de células, tecidos e órgãos, trabalhando de forma coordenada para identificar e neutralizar essas ameaças. Entre os principais componentes estão os leucócitos (glóbulos brancos), que atuam como os “soldados” do corpo, atacando e destruindo patógenos.
Além disso, o sistema imunológico também possui uma memória adaptativa, que permite uma resposta mais rápida e eficiente em infecções subsequentes pelo mesmo agente, oferecendo uma proteção duradoura.
Portanto, o sistema imunológico desempenha um papel vital no reconhecimento e na eliminação de células anormais, como as células cancerígenas, antes que elas possam se multiplicar e causar problemas maiores. Desse modo, manter o sistema imunológico saudável é crucial para a prevenção de diversas doenças e para o bom funcionamento do organismo como um todo.

Como ter um sistema imunológico forte
Para manter um sistema imunológico forte, é essencial adotar hábitos de vida saudáveis e que promovam o equilíbrio do organismo.
Desse modo, uma alimentação rica em nutrientes é um dos pilares fundamentais, pois diversos alimentos, como frutas, vegetais, nozes e sementes, são fontes de antioxidantes, vitaminas e minerais que reforçam as defesas do corpo. Além disso, vitaminas como C, D, e minerais como zinco, desempenham um papel importante no fortalecimento da imunidade.
Outro fator crucial é o sono. Estudos mostram que noites mal dormidas enfraquecem o sistema imunológico, tornando o corpo mais suscetível a infecções. Além disso, o gerenciamento do estresse é fundamental, já que o estresse crônico pode afetar negativamente a imunidade.
Em contrapartida, a prática regular de exercícios físicos ajuda a melhorar a circulação, permitindo que as células imunológicas circulem mais facilmente pelo corpo. Por fim, evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool, além de manter-se hidratado, são hábitos que contribuem para uma resposta imunológica mais eficiente e um organismo mais preparado para lidar com desafios externos.
Relação entre intestino e imunidade
O intestino desempenha um papel central na imunidade, sendo frequentemente chamado de “centro de defesa” do organismo.

Aproximadamente 70% do sistema imunológico está localizado no trato gastrointestinal, através de tecidos especializados conhecidos como GALT (tecido linfóide associado ao intestino). Desse modo, esses tecidos abrigam células imunológicas que monitoram e respondem às substâncias que entram no corpo através da alimentação.
Além disso, a microbiota intestinal, formada por trilhões de bactérias benéficas, desempenha um papel crucial no desenvolvimento e na modulação do sistema imunológico. Assim, essas bactérias auxiliam na digestão dos alimentos, na produção de vitaminas e na proteção contra microorganismos patogênicos, ao manter um ambiente intestinal saudável.
Portanto, quando o equilíbrio da microbiota é perturbado, seja por má alimentação, estresse ou uso excessivo de antibióticos, a imunidade pode ser comprometida, aumentando o risco de infecções e doenças inflamatórias.
Manter uma microbiota saudável, por meio de uma dieta rica em fibras, probióticos e prebióticos, é essencial para garantir uma resposta imunológica eficaz e equilibrada, protegendo o corpo de doenças e promovendo a saúde geral.
Microbiota intestinal e parasitas
A saúde intestinal diz muito sobre a saúde geral de um indivíduo. Desse modo, a microbiota pode alterar a sobrevivência, reprodução e virulência de parasitas, assim como os parasitas podem ser eficazes na redução ou proliferação de elementos da microbiota. É sobre isso que trata o estudo Microbiota and parasite relationship.
Entamoeba histolytica, Giardia intestinalis, Cryptosporidium spp., Toxoplasma gondii e Blastocystis sp. são os protozoários entéricos mais comuns que vivem na mucosa intestinal e circundam a microbiota intestinal. A microbiota intestinal de indivíduos infectados com Blastocystis tem maior diversidade e riqueza de bactérias. Enquanto isso, os microbiomas intestinais de indivíduos negativos para Blastocystis foram associados à disbiose e os indivíduos positivos à eubiose.
O indicador final dessa relação é a proporção Firmicutes/Bacteroidetes e isso também está ligado a complicações como diabetes, obesidade ou Doença Inflamatória Intestinal (DII). Além disso, as espécies de Lactobacillus reduzem a presença de Giardia e as bacteriocinas produzidas previnem a adesão do parasita. Por sua vez, a presença de helmintos tem sido fortemente associada à transição de Bacteroidetes para Firmicutes e Clostridia.
A diversidade alfa na microbiota intestinal diminui na infecção crônica por Trichuris muris, e o crescimento e a eficiência do metabolismo de nutrientes podem ser suprimidos. Por sua vez, a Akkermansia muciniphila, amplamente detectada em indivíduos infectados com helmintos, é considerada um marcador de saúde e exerce um efeito anti-inflamatório ao degradar as mucinas do hospedeiro.

Além disso, a bactéria Faecalibacterium produz butirato, que é considerado um dos metabólitos mais importantes para a manutenção da saúde do cólon, pois representa a principal fonte de energia das células epiteliais.
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Assim, problemas de saúde, como doenças autoimunes, diabetes, doenças cardiovasculares, depressão e obesidade podem ser causados por desequilíbrios na microbiota intestinal. Você inclui modulação intestinal na sua prática clínica?
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