A influência do chumbo no cérebro é preocupante, afetando desde a cognição até o comportamento

A exposição ao chumbo, um metal pesado altamente tóxico, tem sido associada a uma série de problemas de saúde, especialmente no que diz respeito ao funcionamento do sistema nervoso. A influência do chumbo no cérebro é particularmente preocupante, pois mesmo níveis baixos de exposição podem causar danos significativos, afetando desde o desenvolvimento cognitivo até o comportamento.

Neste artigo, você vai ler:

Substâncias que prejudicam o cérebro

O cérebro humano é fundamental para todas as funções do corpo, desde os processos mais básicos até as capacidades cognitivas mais avançadas. No entanto, essa estrutura vital está constantemente sob ameaça de várias substâncias que podem comprometer sua integridade e funcionamento.

Entre essas substâncias, destacam-se os metais pesados. O mercúrio interfere na sinalização neuronal e está associado a doenças neurodegenerativas. Por sua vez, o chumbo afeta a capacidade cognitiva, principalmente em crianças, podendo levar a déficits permanentes de aprendizado e comportamento.

Além disso, o uso extensivo de pesticidas na agricultura e a exposição a toxinas ambientais também representam uma grande ameaça à saúde cerebral. Pesticidas organofosforados, por exemplo, podem interferir nos neurotransmissores, aumentando o risco de transtornos como depressão, ansiedade e demência.

Ainda, ingredientes presentes em alimentos processados podem alterar a função cerebral, contribuindo para dores de cabeça, confusão mental e até mesmo alterações de humor. Já o álcool, embora legalizado e amplamente consumido, é uma neurotoxina que pode danificar o tecido cerebral, prejudicar a memória e a coordenação motora, além de aumentar o risco de doenças neurológicas.

Para proteger o cérebro, é essencial adotar um estilo de vida saudável que minimize a exposição a essas substâncias. Optar por alimentos naturais, evitar o uso excessivo de produtos químicos e buscar um ambiente limpo são passos fundamentais para preservar a saúde cerebral a longo prazo.

Efeitos dos metais tóxicos no organismo

Os metais tóxicos, presentes em diversos aspectos da vida moderna, representam uma ameaça significativa à saúde humana. Embora alguns metais, como ferro e zinco, sejam essenciais em pequenas quantidades, outros, como chumbo, mercúrio, cádmio e arsênio, são altamente prejudiciais.

Além disso, esses metais podem entrar no corpo através da alimentação, água contaminada, ar poluído e até mesmo produtos de uso diário, como cosméticos e utensílios domésticos.

Alguns dos metais tóxicos que podem causar problemas ao organismo são:

A exposição contínua a esses metais pode ter efeitos cumulativos, comprometendo várias funções corporais e aumentando o risco de doenças crônicas e degenerativas.

Impactos do chumbo na saúde geral

O chumbo, um metal pesado conhecido por sua toxicidade, tem sido amplamente utilizado ao longo da história em uma variedade de produtos, desde tintas e encanamentos até combustíveis e baterias. No entanto, a exposição ao chumbo pode ter consequências graves e duradouras para a saúde humana, sendo especialmente prejudicial para o sistema nervoso e o desenvolvimento cerebral.

Além disso, a neurotoxicidade do chumbo é uma das suas características mais perigosas. Mesmo em baixas concentrações, o chumbo pode atravessar a barreira hematoencefálica e se acumular no tecido cerebral, onde interfere na transmissão dos impulsos nervosos.

Ainda, a exposição ao chumbo está associada a problemas de memória, demência precoce e distúrbios emocionais, como ansiedade e depressão.

Estudos também mostram que a exposição ao chumbo pode elevar a pressão arterial, contribuindo para o desenvolvimento de hipertensão e aumentando o risco de doenças cardiovasculares, como ataques cardíacos e derrames. Além disso, o chumbo pode se acumular nos rins, causando nefropatia por chumbo, que pode levar à insuficiência renal crônica.

A exposição ao chumbo também afeta a saúde reprodutiva, diminuindo a fertilidade tanto em homens quanto em mulheres. Em mulheres grávidas, o chumbo pode atravessar a placenta, expondo o feto a riscos significativos, incluindo aborto espontâneo, parto prematuro e baixo peso ao nascer. Por fim, o chumbo enfraquece o sistema imunológico, tornando o corpo mais vulnerável a infecções e doenças autoimunes.

Influência do chumbo no cérebro de crianças

A exposição infantil ao chumbo pode ser associada a perturbações no desenvolvimento cerebral. Portanto, crianças expostas ao chumbo desenvolvem menores habilidades intelectuais, habilidades motoras finas e capacidade de regulação emocional.

O estudo Association of Childhood Lead Exposure With MRI Measurements of Structural Brain Integrity in Midlife investigou 564 crianças da Nova Zelândia. Segundo a pesquisa, níveis mais elevados de chumbo no sangue na infância foram significativamente associados a diferenças nas medições de ressonância magnética da estrutura cerebral aos 45 anos de idade, incluindo menor área de superfície cortical, menor volume do hipocampo, menor anisotropia fracionada global e uma idade cerebral estimada mais antiga.

Além disso, foram encontradas diferenças na morfologia cerebral indicando neurônios menores, neurogênese reduzida, arborização dendrítica reduzida, poda axonal interrompida, gliose leve ou desmielinização.

Os níveis de chumbo no sangue na infância variaram de 4 a 31 μg/dL, sendo que 46% tinham níveis de chumbo acima do nível histórico internacional de preocupação de 10 μg/dL e 94% tinham níveis acima do valor de referência atual de 5 μg/dL.

Ainda, as crianças com níveis mais elevados de chumbo tiveram, na meia-idade, um desempenho cognitivo mais baixo, refletindo o declínio desde a infância e maiores taxas de problemas cognitivos cotidianos. Portanto, os limiares clinicamente significativos de diminuição da capacidade cognitiva podem ser alcançados antes dos 65 anos de idade, quando normalmente surgem doenças neurodegenerativas como a demência.

Por fim, as evidências sugerem que indivíduos com medidas de ressonância magnética mais baixas da integridade da substância cinzenta e branca por exposição ao chumbo podem estar em maior risco de demência quando idosos.

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Os resultados levantam a possibilidade de que a exposição infantil ao chumbo possa representar um fator de risco para doenças neurodegenerativas na idade adulta. Você avalia metais pesados em seus pacientes?

Referência:

Reuben A, Elliott ML, Abraham WC, Broadbent J, Houts RM, Ireland D, Knodt AR, Poulton R, Ramrakha S, Hariri AR, Caspi A, Moffitt TE. Association of Childhood Lead Exposure With MRI Measurements of Structural Brain Integrity in Midlife. JAMA. 2020 Nov 17;324(19):1970-1979. doi: 10.1001/jama.2020.19998. PMID: 33201203; PMCID: PMC7672511.


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