Um estudo recente apontou para o papel da Serotonina Periférica na patogênese de doenças cardiovasculares (DCV).

A relação entre a serotonina e a saúde cardiovascular tem sido objeto de estudos intensos, mas muitas vezes nos esquecemos de explorar a faceta menos conhecida desse neurotransmissor: a Serotonina Periférica. Neste artigo, você vai ler:
- O que é a Serotonina Periférica
- Como a Serotonina Periférica age no organismo
- Quais as principais doenças cardiovasculares
- Ação da Serotonina Periférica na saúde cardiovascular: o que diz a ciência
O que é a Serotonina Periférica
A serotonina é comumente associada ao cérebro, mas sua presença não se limita a esse órgão vital. A Serotonina 5-hidroxitriptamina (5-HT), também chamada de Serotonina Periférica, refere-se àquela encontrada fora do sistema nervoso central, distribuída principalmente no trato gastrointestinal.
A 5-HT é uma amina biogênica que atua como neurotransmissor e hormônio periférico. No tecido periférico, está envolvida em uma ampla variedade de funções, incluindo regulação do tônus vascular, motilidade intestinal, hemostasia e respostas imunes.

Como a Serotonina Periférica age no organismo
A Serotonina Periférica exerce sua influência de maneiras diversas. Uma de suas funções primárias é a regulação do fluxo sanguíneo através da modulação do tônus vascular. Além disso, está envolvida na regulação da coagulação sanguínea e na resposta inflamatória.
Essa interação complexa permite que a Serotonina Periférica exerça um papel central na homeostase cardiovascular. Estudos recentes também indicam que a Serotonina Periférica pode influenciar diretamente a saúde das células endoteliais, que revestem os vasos sanguíneos.
Esse revestimento endotelial desempenha um papel crucial na prevenção de coágulos e na regulação do diâmetro dos vasos, afetando diretamente a pressão arterial e a saúde cardiovascular como um todo.
Quais as principais doenças cardiovasculares
Antes de adentrarmos na influência específica da Serotonina Periférica na saúde cardiovascular, é imperativo compreender as complexidades das principais doenças que assolam o sistema cardíaco. São elas:
- Hipertensão Arterial: conhecida como “o assassino silencioso”, é uma condição em que a pressão do sangue nas artérias está persistentemente elevada, aumentando o risco de acidente vascular cerebral, insuficiência cardíaca e danos aos órgãos vitais.
- Aterosclerose: caracteriza-se pelo acúmulo progressivo de placas de gordura, colesterol e outras substâncias nas artérias, restringindo o fluxo sanguíneo. Essa condição não apenas contribui para a hipertensão, mas também é uma precursora comum de eventos cardiovasculares agudos, como ataques cardíacos e derrames.
- Insuficiência Cardíaca: ocorre quando o coração não consegue bombear sangue suficiente para atender às necessidades do corpo. Suas causas variam desde hipertensão não controlada até doenças coronárias.
- Infarto do Miocárdio: popularmente conhecido como ataque cardíaco, é frequentemente desencadeado pela obstrução súbita de uma artéria coronária, resultando em danos irreversíveis ao músculo cardíaco.
Compreender a gravidade e as ramificações dessas doenças é crucial para contextualizar a importância da influência da Serotonina Periférica na promoção da saúde cardiovascular e no desenvolvimento de estratégias preventivas mais precisas.

Ação da Serotonina Periférica na Saúde Cardiovascular: o que diz a ciência
O estudo Serotonin: a platelet hormone modulating cardiovascular disease analisou o papel da Serotonina Periférica na modulação de processos cardiovasculares saudáveis.
Segundo a pesquisa, as múltiplas funções periféricas são conduzidas via sinalização através de receptores distintamente reconhecidos, nos quais vários atuam no sistema cardiovascular. Isso faz com que a serotonina desenvolva um papel importante em uma variedade de doenças cardiovasculares (DCV).
O músculo liso e as células endoteliais das artérias e veias expressam os receptores 5-HT1B, 5-HT2A, 5-HT2B e 5-HT7, regulando o tônus vascular. O 5-HT4, expresso nos átrios e ventrículos cardíacos, conduz efeitos inotrópicos e lusitrópicos positivos, mas também pode desencadear arritmias.

Já o 5-HT2A está adicionalmente localizado nas plaquetas e envolvido na ativação e agregação plaquetária, também podendo ser encontrado em cardiomiócitos e fibroblastos. Por sua vez, a Serotonina Periférica (5-HT) influencia a ativação e agregação plaquetária, melhorando múltiplas vias de hemostasia primária. Porém, níveis elevados de 5-HT estão associados a um estado de hipercoagulabilidade.
Dados epidemiológicos sugerem um papel do 5-HT ou dos inibidores da recaptação de 5-HT no desenvolvimento de trombose venosa. Concentrações elevadas de serotonina foram descritas em quadros de hipertensão arterial, aterosclerose carotídea e doença arterial coronariana.
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Apesar de 5-HT apresentar um amplo espectro de funções no sistema cardiovascular, os dados clínicos ou experimentais são parcialmente conflitantes, sendo necessárias mais pesquisas para caracterizar seus efeitos clínicos em tecidos específicos.
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