A microbiota intestinal é um ecossistema complexo e dinâmico com um papel primordial na formação das funções metabólicas e imunológicas. Pesquisas recentes sugerem que o envelhecimento pode afetar negativamente a composição, a diversidade e a função da microbiota, principalmente devido a alterações na dieta, reatividade imunológica (ou seja, imunossenescência), aumento da incidência de doenças e, portanto, aumento da exposição a certas medicamentos (como antibióticos e inibidores da bomba de prótons).
O ambiente de vida pode ter influências profundas na composição da microbiota. Os fatores mais influentes são: genética, ambiente geográfico, dieta, exercícios, doenças e medicações concomitantes. A dieta e o estilo de vida podem ser responsáveis por mais de 20% da variação na diversidade do microbioma.
Infecções e antibióticos podem alterar temporariamente a estabilidade da microbiota intestinal e provocar efeitos negativos sobre o bem-estar do hospedeiro.

Envelhecimento e remodelação da microbiota
Estudos apontam a associação do envelhecimento com uma remodelação da microbiota intestinal. Foi encontrada uma proporção mais baixa de Firmicutes para Bacteroidetes em adultos mais velhos em comparação com adultos mais jovens, e uma redução na produção de AGCC, em particular do butirato.
Já em centenários saudáveis, foi encontrado maior ocorrência de bactérias produtoras de butirato. Produtores de butirato, como Faecalibacterium e Coprococcus, foram recentemente associados a indicadores de qualidade de vida mais elevados.
O exercício físico mostrou impactar positivamente a microbiota intestinal, restaurando a proporção F:B, o que melhora a produção de AGCC e aumenta a imunidade da mucosa intestinal.
A disbiose intestinal relacionada ao envelhecimento pode contribuir para o início e/ou progresso de outras doenças metabólicas e, consequentemente, para a diminuição da longevidade saudável.
Intervenções terapêuticas promissoras, como suplementação alimentar com prebióticos, probióticos e simbióticos, ou transplante de microbiota fecal, com o objetivo de neutralizar efeitos deletérios do envelhecimento, podem prolongar a vida saudável.
Modulando para a longevidade
A microbiota intestinal é um ecossistema dinâmico, que se adapta continuamente a mudanças no estilo de vida, nutrição, higiene e exposição a medicamentos. Estabelecer e manter interações positivas com a microbiota intestinal é essencial para a saúde.
Quanto mais tempo dura a exposição a certos estressores, mais significativas são as mudanças na composição da microbiota. Pesquisas recentes descobriram que as populações mais velhas têm uma microbiota menos diversa do que indivíduos mais jovens. Com a idade avançada, a prevalência de certas doenças também aumenta, o que pode contribuir para um risco maior de fragilidade e disfuncionalidade da microbiota e, portanto, à progressão de outras doenças metabólicas.
A dieta é o principal fator de formação da microbiota intestinal. Embora a microbiota responda rapidamente a mudanças significativas de curto prazo na dieta, hábitos alimentares de longo prazo (padrões transgeracionais) são o principal fator na formação da composição e da diversidade da microbiota em indivíduos. As respostas a mudanças alimentares semelhantes podem variar individualmente devido às particularidades das microbiotas individuais, reforçando a necessidade e a importância de intervenções nutricionais personalizadas.
Referência
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