Os efeitos do sorgo na doença renal crônica (DRC) foram investigados em um estudo brasileiro.
Originário da África, o sorgo é um dos cereais mais antigos cultivados pelo homem, com uma história rica que remonta a milhares de anos. Atualmente, o sorgo tem se destacado como um grão nutritivo e versátil, ganhando espaço nas prateleiras de supermercados e nas mesas de quem busca uma alimentação balanceada. Neste artigo, você vai ler:
O que é o sorgo
O sorgo (Sorghum bicolor) é um grão cereal de origem africana que é amplamente cultivado em regiões tropicais e subtropicais do mundo. Pertence à família das gramíneas, assim como o milho e o trigo, e é conhecido por sua resistência a condições adversas, como seca e solos de baixa fertilidade.
Existem várias espécies de sorgo, cada uma com características específicas que as tornam adequadas para diferentes usos, como alimentação humana, forragem animal, produção de biocombustíveis e fabricação de materiais industriais.
Os grãos de sorgo são um alimento básico em muitas culturas, especialmente na África e na Ásia, onde são consumidos inteiros, moídos em farinha ou transformados em produtos como pães, bolos e bebidas fermentadas.
Efeitos do sorgo na saúde
O sorgo é reconhecido por seus benefícios à saúde, sendo uma excelente fonte de nutrientes essenciais. Ele é rico em proteínas, fibras, vitaminas (especialmente as do complexo B) e minerais como ferro, fósforo e potássio. Além disso, o sorgo contém antioxidantes, como taninos e ácidos fenólicos, que podem ajudar a proteger o corpo contra o estresse oxidativo e reduzir o risco de doenças crônicas.
Um dos principais benefícios do sorgo é seu efeito positivo na digestão. A alta quantidade de fibras dietéticas presentes no sorgo ajuda a promover a saúde digestiva, prevenindo problemas como a constipação e auxiliando na manutenção de um sistema digestivo saudável.
As fibras também podem contribuir para a regulação dos níveis de açúcar no sangue, tornando o sorgo uma boa opção alimentar para pessoas com diabetes ou com risco de desenvolver a doença.
Outro efeito benéfico do sorgo é seu potencial para ajudar na gestão do peso. Devido ao seu alto teor de fibras, o sorgo proporciona uma sensação de saciedade mais duradoura, o que pode reduzir a ingestão calórica total e ajudar no controle do peso corporal. Além disso, estudos sugerem que os compostos bioativos presentes no sorgo podem ter propriedades anti-inflamatórias e anticancerígenas, embora mais pesquisas sejam necessárias para confirmar esses efeitos.
Benefícios do sorgo na Doença Renal Crônica
Outro benefício do sorgo diz respeito ao seu papel na Doença Renal Crônica (DRC). O estudo Evaluation of the health benefits of consumption of extruded tannin sorghum with unfermented probiotic milk in individuals with chronic kidney disease investigou os efeitos do consumo de cereal matinal extrusado de sorgo integral e de bebida láctea probiótica não fermentada sobre os marcadores de inflamação e estresse oxidativo em indivíduos com DRC em hemodiálise.
A extrusão é um processo que combina alta pressão, calor e força mecânica em um curto espaço de tempo, causando alterações físicas e químicas na matriz alimentar.
Na pesquisa, 58 pacientes do setor de nefrologia do Hospital São João Batista, na cidade de Viçosa, em Minas Gerais, foram distribuídos aleatoriamente em dois grupos: GE (100 mL de bebida láctea com probiótico e 40 g de flocos de sorgo extrusado) e GC (100 mL de leite pasteurizado e 40 g de flocos de milho extrusado).
O cereal matinal de sorgo extrusado combinado com leite probiótico não fermentado diminuiu os níveis séricos de PCR, demonstrando que pode prevenir a progressão da inflamação e aumentou a SOD, atenuando o estresse oxidativo no grupo GE. Esses resultados podem ainda estar associados ao teor de zinco, fibra alimentar, taninos, compostos fenólicos e flavonóides no sorgo extrusado e à concentração de B.longum presente no leite probiótico.
A fermentação das fibras pelo probiótico pode aumentar a produção de AGCC e diminuir o pH do cólon, favorecendo o crescimento de bactérias gram positivas e reduzindo a presença de LPS, um dos fatores responsáveis pelo aumento do estresse oxidativo e da inflamação.
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Conclui-se que o sorgo extrusado quando consumido com leite probiótico não fermentado alivia a inflamação e o estresse oxidativo em pacientes com DRC. Você já introduziu sorgo na dieta de pacientes?
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