Naturalmente produzida pelo corpo e encontrada em diversos alimentos, os efeitos da L-Carnitina na fadiga foram alvo de um estudo.
Para muitas pessoas, a fadiga é uma companheira persistente, dificultando até as tarefas mais simples do dia a dia. Enquanto estratégias como descanso adequado e alimentação balanceada são frequentemente recomendadas para combater esse cansaço constante, suplementos também podem ajudar. Pensando nisso, neste artigo vamos explorar:
- O que é e quais os tipos de fadiga;
- O que é a L-Carnitina;
- Fontes de L-Carnitina;
- L-Carnitina na fadiga: o que diz a ciência.
O que é e quais os tipos de fadiga
A fadiga é um estado de exaustão física ou mental que pode afetar qualquer pessoa, independentemente da idade, sexo ou condição física. É uma sensação de cansaço persistente que pode interferir nas atividades diárias e na qualidade de vida.
Existem diferentes tipos de fadiga, cada um com suas próprias causas e características distintas. Vamos explorar alguns deles:
- Fadiga física: ocorre quando o corpo está sobrecarregado devido a atividades físicas intensas, falta de sono, má alimentação, doenças ou condições médicas crônicas. Os sintomas incluem fraqueza muscular, dor corporal, falta de energia e dificuldade de concentração.
- Fadiga mental: causada pelo esforço excessivo da mente, como longas horas de trabalho intelectual, multitarefa constante, estresse emocional, ansiedade ou depressão. Os sintomas incluem dificuldade de concentração, lapsos de memória, irritabilidade, dificuldade de tomar decisões e sensação de nevoeiro mental.
- Fadiga crônica: fadiga extrema que não melhora com repouso. Pode estar associada a distúrbios do sono, como insônia ou apneia do sono, doenças autoimunes, como fibromialgia ou síndrome da fadiga crônica, e outras condições médicas graves. Os sintomas geralmente persistem por pelo menos seis meses e podem incluir dores musculares, dor de cabeça, distúrbios gastrointestinais e sensibilidade aumentada a estímulos sensoriais.
- Fadiga emocional: relacionada ao esgotamento emocional por estresse crônico, sobrecarga de responsabilidades, conflitos interpessoais ou eventos traumáticos. Pode levar à exaustão emocional, sentimentos de desesperança, isolamento social e dificuldade em lidar com as demandas da vida cotidiana.
- Fadiga adrenal: causada pelo mau funcionamento das glândulas suprarrenais, que produzem hormônios essenciais para lidar com o estresse, como o cortisol. Esta condição pode ser desencadeada por estresse crônico, dieta pobre, falta de sono e estilo de vida pouco saudável. Os sintomas incluem fadiga persistente, dificuldade de concentração, ganho de peso, alterações de humor e baixa imunidade.
- Fadiga devido ao exercício: sensação temporária de cansaço e fraqueza muscular que ocorre após a prática de exercícios físicos intensos ou prolongados. Geralmente é acompanhada por dor muscular, sudorese excessiva e falta de energia.
O que é a L-Carnitina
A L-Carnitina é um composto natural sintetizado pelo corpo a partir dos aminoácidos lisina e metionina. Essencial para o metabolismo energético, atua principalmente no transporte de ácidos graxos de cadeia longa para as mitocôndrias, onde são convertidos em energia.
Em outras palavras, ela desempenha um papel fundamental no processo de queima de gordura para produção de energia. Além disso, a L-Carnitina também está envolvida na remoção de subprodutos tóxicos do metabolismo celular, ajudando a manter a saúde das células.
Fontes de L-Carnitina
As principais fontes dietéticas de L-Carnitina são alimentos de origem animal, especialmente carne vermelha, aves e peixes. Entre esses, carne bovina e de cordeiro são particularmente ricas neste composto.
A quantidade de L-Carnitina varia de acordo com o tipo de carne e o corte, sendo que carnes mais magras tendem a ter menor teor de gordura e, consequentemente, menor quantidade de L-Carnitina. Além disso, laticínios como leite e queijo também contêm L-Carnitina, embora em menor quantidade em comparação com as carnes.
Para vegetarianos e veganos, é mais desafiador obter L-Carnitina diretamente da dieta, uma vez que os alimentos de origem vegetal geralmente contêm quantidades muito baixas desse composto. Nesses casos, suplementos de L-Carnitina podem ser uma opção para garantir uma ingestão adequada deste nutriente essencial.
L-Carnitina na fadiga: o que diz a ciência
A deficiência energética pode ser a principal causa de fadiga e fome intensa durante o jejum. É bem sabido que a mobilização lipídica é a principal adaptação metabólica à fome e facilitar a oxidação de ácidos graxos com L-Carnitina livre pode contribuir para a produção de energia.
Suplementos de L-Carnitina em doses repetidas aumentam apenas modestamente sua concentração plasmática, mesmo doses orais muito elevadas (> 2 g/dia). Já quando administrada por via intravenosa deve aumentar substancialmente a sua concentração.
O estudo randomizado e controlado por placebo L-carnitine ameliorated fasting-induced fatigue, hunger, and metabolic abnormalities in patients with metabolic syndrome: a randomized controlled study, avaliou o efeito da administração intravenosa de L-Carnitina na fadiga, fome, massa corporal e demais anormalidades metabólicas em pacientes com Síndrome Metabólica (SM) durante um período de jejum modificado.
Os pacientes foram alocados aleatoriamente no grupo L-Carnitina ou no grupo controle. Os pacientes do grupo LC receberam infusão de 2 g/d de L-Carnitina 2x ao dia. O tratamento de jejum consistiu em dois dias com restrição calórica moderada (700–800 Kcal/dia), cinco dias de restrição calórica intensa (200 Kcal/dia), seguidos de três dias com reintrodução gradual de uma dieta normal.
A infusão de L-Carnitina melhorou a sensação de fome e fadiga com perda significativa de peso, durante o período de jejum modificado. Além disso, foi capaz de promover lipólise e contribuir para a preservação da massa corporal magra. Ainda facilitou a redução da concentração de insulina com a estabilização da glicemia durante o jejum modificado e foi capaz de normalizar a pressão arterial, aliviar o colesterol e as anormalidades das enzimas hepáticas induzidas pela fome.
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Enfim, L-Carnitina pode oferecer uma nova abordagem potencial para o manejo da obesidade em pacientes com SM. Qual sua experiência com suplementação de L-carnitina? Compartilhe conosco.
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