A cafeína oferece muitos benefícios à saúde, incluindo alerta, melhora da memória e redução da inflamação. No entanto, foram publicados relatos de efeitos adversos em vários sistemas orgânicos, incluindo os sistemas cardiovascular, neurológico e endócrino. Os pesquisadores buscam estabelecer os efeitos da cafeína na saúde hormonal.

Cafeína
A cafeína é a droga psicoativa mais utilizada em todo o mundo. Estimativas mostram que mais de 80% dos americanos consomem cafeína diariamente, com um consumo médio de mais de 200 mg/dia. O café e o chá representam as principais fontes de cafeína (>80% da ingestão diária), enquanto refrigerantes, bebidas energéticas e chocolate são fontes menores.
Inúmeros benefícios do consumo de cafeína foram documentados, incluindo melhora do humor e vigília, perda de peso, propriedades antioxidantes e memória de longo prazo potencialmente melhorada. Apesar destes benefícios, sintomas adversos do alto consumo de cafeína, incluindo inquietação, insônia, desidratação e anormalidades cardíacas estão bem documentados.
Efeitos na saúde hormonal
No contexto do sistema endócrino, há evidências preliminares que sugerem que a cafeína e seus metabólitos exercem efeitos em várias vias, incluindo aquelas relacionadas com a biossíntese de testosterona. Poderia, assim, contribuir para uma função reprodutiva prejudicada, com baixa produção de testosterona.
A testosterona desempenha um papel importante nos homens para o desenvolvimento de características sexuais, função cerebral, massa muscular e densidade óssea. Os sintomas mais comuns associados à redução da testosterona sérica (abaixo de 300 ng/dl) são diminuição da frequência de pensamentos sexuais e desejo sexual, ganho de peso e disfunção erétil.
É possível que a cafeína afete a produção de testosterona através de vias dependentes de adenosina, já que o principal mecanismo de ação da cafeína é o antagonismo dos receptores de adenosina, atuante em todos os 4 subtipos de receptores de adenosina no cérebro. Receptores de adenosina também foram descritos nos testículos.
Após a ativação desses receptores, as vias de cAMP/proteína quinase, que geralmente são ativadas na mediação da produção de testosterona, são reguladas negativamente, podendo levar a uma menor produção de testosterona.
Estudos reprodutivos começaram a investigar a associação entre a exposição à cafeína e os parâmetros de reprodução, como qualidade do esperma, volume do sêmen e maturação do óvulo.
Foi visto que os produtos metabolicamente ativos do metabolismo da cafeína, incluindo a teofilina e a teobromina da classe das xantinas, demonstraram ter efeitos diretos na esteroidogênese induzida por gonadotrofinas.
Dada a popularidade do consumo de cafeína, é importante entender os efeitos biológicos da cafeína nos níveis de testosterona e nas vias endócrinas associadas. Estudos futuros são necessários para investigar mecanismos biológicos potencialmente responsáveis pelo efeito da cafeína sobre a testosterona.
Referência

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