A depressão é um dos transtornos psiquiátricos mais comuns, atingindo milhões de pessoas em todo o mundo. O que muitos não sabem é que a inflamação é um dos fatores envolvidos na fisiopatologia da depressão.

Inflamação e depressão

Depressão

A depressão representa a causa número um de incapacidade em todo o mundo e muitas vezes é fatal. Os fatores de risco para depressão incluem histórico familiar de depressão (aproximadamente 35% do risco é hereditário), abuso e negligência no início da vida, bem como estressores na vida recente. Algumas doenças também aumentam o risco de depressão, com taxas particularmente altas associadas a distúrbios metabólicos (como doenças cardiovasculares) e autoimunes.

Processos inflamatórios têm sido implicados na fisiopatologia da depressão. Atualmente está bem estabelecido que a desregulação dos sistemas imunológicos inato e adaptativo ocorre em pacientes deprimidos e prejudica o prognóstico favorável, incluindo respostas antidepressivas.

Inflamação e depressão

Descobertas recentes mostraram que as micróglias, células imunológicas encontradas no cérebro, são importantes para a modulação sináptica e são ativadas em muitas doenças neurodegenerativas e neuropsiquiátricas. Nesses casos, contribuem para a patologia, promovendo a neuroinflamação.

As citocinas são um dos componentes mais estudados na depressão. O excesso de citocinas inflamatórias pode ser responsável por perturbar múltiplas funções neuronais, incluindo comprometimento da sinalização de neurotransmissores, interrupção da síntese, recaptação e liberação de neurotransmissores, como a serotonina, dopamina, norepinefrina.

Os mecanismos que podem aumentar a atividade de citocinas no cérebro para níveis patológicos incluem estressores físicos e psicológicos.Estudos têm demonstrado que citocinas pró-inflamatórias e proteínas de fase aguda são elevadas em pacientes com depressão, entre elas IL-6, TNF e proteína C-reativa.

A regulação positiva da expressão gênica de vias inflamatórias também foi relatada nesses pacientes. O fator de inibição da migração de macrófagos e genes Ifnγ estão aumentados, enquanto o nível de Il-4 mRNA está diminuído.

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Relação bidirecional

Esses achados corroboram o fato de que o estresse psicológico é um importante fator de risco para depressão. O estresse induz uma resposta inflamatória com elevação de marcadores inflamatórios associados ao desenvolvimento de sintomas depressivos.

É importante notar que os níveis de citocinas anti-inflamatórias, incluindo fator de crescimento transformador (TGF)-β e IL-10, também são frequentemente elevados em pacientes com depressão.

Defeitos nessa resposta anti-inflamatória foram recentemente associados à resistência ao tratamento antidepressivo.

Referência

Beurel, Eléonore et al. “The Bidirectional Relationship of Depression and Inflammation: Double Trouble.” Neuron vol. 107,2 (2020): 234-256. doi:10.1016/j.neuron.2020.06.002


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