A dieta cetogênica requer uma limitação rigorosa de carboidratos, permitindo uma ingestão liberada de gorduras, incluindo gorduras saturadas. Recentemente gerou uma onda de interesse, com muitos tomando a posição a favor e tantos outros assumindo uma posição contrária. Em publicação de 2020, dois cardiologistas com visões bastante divergentes debatem os prós e contras da dieta cetogênica.

A controvérsia
A dieta cetogênica causa uma rápida perda de peso juntamente com alterações favoráveis de biomarcadores, como uma redução na hemoglobina sérica A1c em pacientes com diabetes mellitus tipo 2. No entanto, também causa um aumento substancial no colesterol LDL. Muitos médicos, portanto, hesitam em endossá-la.
Com a aceitação popular da dieta cetogênica, mesmo entre indivíduos que não precisam perder peso, há preocupação com as potenciais consequências a longo prazo de uma ampla adoção desta dieta por grandes segmentos da população. Ao mesmo tempo, várias linhas de evidência mostram que as dietas à base de plantas estão associadas à redução das doenças oncológicas e cardiovasculares e ao prolongamento do tempo de vida.
Prós e contras da dieta cetogênica⠀⠀⠀
A dieta cetogênica oferece vários benefícios potenciais, como perda de peso substancial, redução na secreção de insulina e redução da hemoglobina A1c, entre outros.
Porém, não está totalmente claro se a perda de peso se deve à eliminação de água, a um efeito especial da própria dieta, ou seja, à queima de gordura, ou a uma redução na ingestão total de calorias. Como qualquer outra dieta, deve ser sustentada para que se mantenha o peso.
Ao mesmo tempo em que melhora o controle glicêmico e a redução da concentração de triglicerídeos, também causa um aumento substancial nos níveis de colesterol de lipoproteína de baixa densidade.
Muitas pesquisas estão confirmando que dietas com teor de carboidratos muito baixo podem efetivamente reverter as anormalidades metabólicas de pacientes com diabetes mellitus tipo 2.
Porém, os estudos concluídos até agora foram muito curtos e não demonstraram de forma convincente que a dieta cetogênica é mais sustentável e que os efeitos são mais duradouros do que os de outras.
Também é preciso considerar que o número total de lipoproteínas apoB é substancialmente aumentado em pacientes que adotam a dieta cetogênica. Em vista do risco de doenças cardiovasculares associado a uma elevação da apoB, indivíduos sem diabetes e síndrome metabólica devem pensar cuidadosamente se esse estilo de vida é aconselhável por um período prolongado de tempo.
Em contraste, dietas à base de plantas que permitem um teor diário moderado de gorduras não saturadas e pequenas quantidades de carnes vermelhas e gorduras saturadas são, por enquanto, a melhor evidência de ensaios clínicos epidemiológicos e randomizados de que são seguras e associadas à redução de várias doenças crônicas, incluindo doença cardiovascular aterosclerótica.
Referência
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