Desde a redução da inflamação até uma flora intestinal saudável, a suplementação em doenças intestinais pode trazer uma série de benefícios.

As doenças intestinais podem ser desafiadoras, afetando significativamente a qualidade de vida. No entanto, a suplementação adequada pode desempenhar um papel crucial no gerenciamento e até mesmo na melhoria dessas condições. Neste artigo, exploraremos os benefícios da suplementação em doenças intestinais. Você vai ler:
- Qual a função do intestino;
- Principais doenças intestinais;
- O que é a Doença Inflamatória Intestinal;
- Diagnóstico e tratamento para Doença Inflamatória Intestinal;
- Benefícios da suplementação em doenças intestinais.
Qual a função do intestino
O intestino desempenha um papel crucial no sistema digestivo humano, sendo responsável por uma série de funções essenciais para o nosso bem-estar geral. Este órgão vital é composto pelo intestino delgado e pelo intestino grosso.
O intestino delgado é responsável por absorver os nutrientes provenientes dos alimentos, como vitaminas, minerais, proteínas, carboidratos e gorduras. As suas paredes são revestidas por vilosidades e microvilosidades, aumentando significativamente sua área de superfície para a absorção eficiente.
O intestino também abriga uma grande quantidade de células imunológicas que protegem contra invasores patogênicos. Isso é crucial para prevenir infecções e manter a saúde do organismo.
Além disso, o intestino desempenha um papel fundamental na produção de hormônios e neurotransmissores, como a serotonina, conhecida como o “hormônio da felicidade”. Aproximadamente 90% da serotonina do corpo é produzida no intestino, e seu equilíbrio está intimamente ligado ao nosso bem-estar emocional.

O intestino grosso ainda é responsável por absorver a água residual dos alimentos não digeridos e pela formação de fezes, desempenhando um papel crucial na eliminação regular de resíduos do corpo, ajudando a manter o equilíbrio hídrico e a saúde do cólon.
Por fim, o intestino é o lar de trilhões de microrganismos benéficos, conhecidos como microbiota intestinal. Essas bactérias desempenham papéis essenciais na digestão, absorção de nutrientes, síntese de vitaminas e fortalecimento do sistema imunológico.
Principais doenças intestinais
As doenças intestinais abrangem uma ampla gama de condições que afetam o funcionamento normal do intestino, causando desconforto, dor e impactando significativamente a qualidade de vida.
Algumas das principais doenças intestinais são:
- Síndrome do Intestino Irritável (SII): é caracterizada por dor abdominal, inchaço, alterações no padrão das evacuações e desconforto gastrointestinal. Embora a causa seja desconhecida, estresse, dieta e desequilíbrios na microbiota intestinal podem desempenhar um papel importante;
- Constipação crônica: dificuldade persistente em evacuar, com fezes duras e ressecadas. Pode ser causada por uma série de fatores, como dieta pobre em fibras, falta de exercício, desidratação e condições médicas subjacentes;
- Diverticulite: condição em que pequenas bolsas (divertículos) se formam no revestimento do cólon e se tornam inflamadas ou infectadas. Pode causar dor abdominal intensa, febre, náuseas, vômitos e alterações nos hábitos intestinais;
- Doença celíaca: condição autoimune em que o consumo de glúten leva à inflamação e danos no revestimento do intestino delgado, causando dor abdominal, diarreia, perda de peso, fadiga e deficiências nutricionais;
- Câncer colorretal: câncer que se desenvolve no cólon ou no reto. Os sintomas podem incluir sangramento retal, alterações nos hábitos intestinais, dor abdominal, fraqueza e perda de peso inexplicada.
O que é a Doença Inflamatória Intestinal
Outra condição que pode afetar o intestino é a Doença Inflamatória Intestinal (DII), uma condição complexa e multifacetada que envolve uma resposta inflamatória anormal no intestino.

Embora a causa exata não seja totalmente compreendida, acredita-se que fatores genéticos, ambientais e imunológicos desempenhem um papel no desenvolvimento da doença. Essa inflamação crônica pode afetar qualquer parte do trato gastrointestinal, desde a boca até o ânus, e manifesta-se de maneiras variadas em diferentes pacientes.
Os principais tipos de DII são:
- Doença de Crohn: pode afetar qualquer parte do trato gastrointestinal, desde a boca até o ânus, embora seja mais comum no intestino delgado e no cólon. A doença de Crohn causa inflamação intermitente, resultando em sintomas como dor abdominal, diarreia, fadiga, perda de peso e complicações como estreitamento intestinal e formação de fístulas;
- Colite Ulcerativa: Essa forma de DII afeta principalmente o cólon e o reto. Ela causa inflamação e úlceras na mucosa do intestino, levando a sintomas como sangramento retal, diarreia com sangue, dor abdominal, urgência para evacuar e fadiga.
Diagnóstico e tratamento para Doença Inflamatória Intestinal
O diagnóstico da Doença Inflamatória Intestinal (DII) geralmente envolve uma combinação de exames clínicos, exames de imagem e procedimentos endoscópicos, como colonoscopia e endoscopia digestiva alta. Uma vez diagnosticada, o tratamento da DII visa controlar a inflamação, aliviar os sintomas e prevenir complicações a longo prazo.
Os medicamentos são frequentemente prescritos para induzir e manter a remissão da doença, incluindo anti-inflamatórios, imunossupressores, biológicos e corticosteróides. Além disso, mudanças na dieta e no estilo de vida podem desempenhar um papel importante no gerenciamento dos sintomas e na promoção da saúde intestinal.
Em casos mais graves ou quando outras formas de tratamento não são eficazes, pode ser necessária cirurgia para remover partes danificadas do intestino ou tratar complicações como obstrução intestinal, abscessos ou fístulas.
Benefícios da suplementação em doenças intestinais
O estudo Oral versus intravenous iron replacement therapy distinctly alters the gut microbiota and metabolome in patients with IBD mostrou como terapias orais (VO) e intravenosas (IV) de ferro afetam diferentemente a microbiota intestinal em pacientes com Doença Inflamatória Intestinal (DII).

A anemia ferropriva é um problema clínico comum em pacientes com DII e requer intervenção terapêutica de reposição de ferro. A reposição VO é padrão, mas os efeitos colaterais gastrointestinais e a potencial exacerbação da inflamação apoiam a implementação clínica da terapia IV.
Muitas evidências apontam o papel da disbiose microbiana intestinal na patogênese e perpetuação da DII, mas os fatores ambientais que promovem mudanças no ecossistema microbiano intestinal são mal definidos.
A forte regulação da disponibilidade de ferro intravascular faz parte da defesa imunológica inata, porém o ferro é um nutriente crítico para o crescimento de microrganismos. No ambiente intestinal intraluminal muitas bactérias intestinais competem pelo ferro livre para manter o seu crescimento.
Portanto, o ensaio clínico comparou os efeitos da terapia de reposição de ferro VO e IV em indivíduos que sofrem ou não de DII. Após a randomização, os participantes VO receberam sulfato de ferro de 300mg 2x ao dia e os participantes IV receberam infusões de sacarose de ferro 300mg, durante 3 meses.
A terapia IV confirmou um tratamento ligeiramente mais eficaz da anemia ferropriva em comparação com a terapia VO, no que diz respeito aos níveis séricos de ferritina.
A terapia VO afetou distintamente os filotipos bacterianos e os metabólitos fecais em comparação com a terapia IV. As amostras fecais na DII foram caracterizadas por diferenças interindividuais marcantes, menor riqueza de filotipos e proporções de Clostridiales.
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As mudanças na diversidade e composição bacteriana intestinal associadas ao tratamento com ferro foram pronunciadas em participantes com DII, principalmente com Doença de Crohn. Você sabia do impacto da suplementação de ferro na microbiota?
Referência:
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