Estudos recentes destacam os efeitos neuroprotetores da Irisina na função cognitiva, incluindo em quadros demenciais.

A Irisina emerge como uma molécula importante, destacando-se não apenas pelos benefícios físicos, mas também pelos impactos na função cognitiva. Este artigo explora os efeitos da Irisina no organismo, as possíveis consequências da sua deficiência, os benefícios específicos para a função cognitiva e estratégias para otimizar sua presença em nosso corpo.
Você vai ler:
- Liberação de Irisina no organismo
- Efeitos da Irisina
- Consequências da deficiência de Irisina
- Benefícios da Irisina na função cognitiva: o que diz a ciência
- Irisina como anti-inflamatório e antioxidante
- Melhorando a produção de Irisina
Liberação de Irisina no organismo
A Irisina, liberada durante a prática regular de exercícios físicos, vai além de ser apenas um subproduto do esforço. Ela atua como um mensageiro molecular, desencadeando uma série de efeitos benéficos.
Essa miocina é secretada pelo músculo esquelético após a estimulação do exercício e processada a partir da proteína de membrana tipo I, codificada pelo gene FNDC5. Então, ela é secretada no sangue e circulada em vários sistemas, passando pela barreira hematoencefálica.

Efeitos da Irisina
Aumentando a termogênese, a Irisina estimula a queima de gordura, promovendo uma composição corporal saudável. Além disso, sua capacidade de melhorar a sensibilidade à insulina sugere um papel significativo na prevenção de doenças metabólicas, tornando-a uma protagonista crucial na manutenção da saúde.
A influência da Irisina não se limita ao sistema metabólico. Estudos indicam que essa molécula pode exercer efeitos protetores sobre o sistema cardiovascular, combatendo a inflamação e contribuindo para a dilatação dos vasos sanguíneos.
Consequências da deficiência de Irisina
A ausência de atividade física regular ou condições que prejudicam a produção de Irisina podem resultar em sua deficiência no organismo. Essa deficiência, por sua vez, está associada a consequências adversas.
Algumas das ramificações são o aumento do risco de doenças metabólicas, como diabetes tipo 2, e problemas cardiovasculares. Além disso, a falta de Irisina pode contribuir para a diminuição da plasticidade neuronal, aumentando a vulnerabilidade a distúrbios cognitivos.

Benefícios da Irisina na função cognitiva: o que diz a ciência
A interseção entre Irisina e função cognitiva abre novos horizontes na pesquisa científica. Estudos recentes sugerem que a Irisina pode desempenhar um papel neuroprotetor, estimulando o crescimento de neurônios e reduzindo o risco de declínio cognitivo relacionado à idade.
No estudo Effects of the FNDC5/Irisin on Elderly Dementia and Cognitive Impairment, a expressão do gene FNDC5 foi elevada após o aumento da expressão de PGC-1a induzida pelo exercício em órgãos centrais e periféricos, o que estimulou a expressão de BDNF no cérebro.
Assim, FNDC5/Irisina pode atuar como um mensageiro do crosstalk muscular cerebral, influenciando a neurogênese no comprometimento cognitivo, em particular através dos efeitos neuroprotetores do BDNF.
Vários estudos apontaram que os níveis séricos de Irisina diminuíram em pacientes com doença arterial coronariana, a qual está associada à demência, pois compartilham fatores de risco comuns como envelhecimento, obesidade, diabetes tipo 2 e hipercolesterolemia.
Também foram identificadas possíveis conexões da Irisina em outras doenças relacionadas à demência, como Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), Acidente Vascular Cerebral (AVC), insuficiência cardíaca e depressão.

Irisina como anti-inflamatório e antioxidante⠀⠀⠀⠀⠀⠀
O mesmo estudo apontou para os efeitos anti-inflamatórios da Irisina, com ação fundamental na mudança fenotípica dos macrófagos do tecido adiposo para regular a neuroinflamação e também na autofagia, afetando as proteínas Tau na demência.
O estresse oxidativo é crítico no comprometimento cognitivo dos idosos. A Irisina demonstrou reduzir o estresse oxidativo por meio da melhora da expressão de UCP-2. Isso levou à redução da produção de ROS, restringiu a fissão mitocondrial e aumentou a cópia do DNA mitocondrial para melhorar a biogênese mitocondrial.
Melhorando a produção de Irisina
Para colher os benefícios da Irisina, é imperativo adotar uma abordagem holística para o bem-estar. A prática regular de exercícios físicos, especialmente atividades aeróbicas como corrida, natação e dança, tem sido consistentemente associada a níveis mais elevados de Irisina.

A exposição ao frio também demonstrou estimular sua produção, revelando uma conexão intrigante entre a resposta do corpo ao ambiente e a produção dessa molécula. Manter uma rotina de exercícios variada e adaptada às necessidades individuais, combinada com uma alimentação equilibrada, é fundamental para garantir níveis saudáveis de Irisina.
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No entanto, são necessárias mais pesquisas para explorar se a Irisina sérica é um fator diagnóstico ou prognóstico para demência. Você tinha conhecimento dos efeitos da Irisina na demência? Deixe seu comentário.
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