Estudos revelam potenciais efeitos da administração de ácido D-aspártico na reprodução através da liberação e produção do hormônio LH e da testosterona

O ácido D-aspártico é um aminoácido que tem despertado interesse na área da reprodução humana devido ao seu papel potencial na regulação hormonal.
Estudos sugerem que o ácido D-aspártico pode estar envolvido na regulação da produção de hormônios sexuais, como testosterona e estrógeno. Níveis adequados desses hormônios são essenciais para a função reprodutiva saudável em homens e mulheres.
Apresentamos neste artigo um estudo publicado no jornal Reproductive Biology and Endocrinology sobre o papel e o mecanismo molecular do ácido aspártico na liberação e síntese do hormônio luteinizante (LH) e da testosterona em humanos e ratos.
Esse estudo revela potenciais efeitos da administração do aminoácido para o aumento dos níveis desses hormônios.
Neste artigo, você vai ver:
O papel do hormônio luteinizante (LH) e da testosterona no sistema reprodutor masculino
O hormônio luteinizante (LH) é uma substância secretada pela glândula pituitária, que, no homem, estimula as células de Leydig nos testículos a produzirem testosterona, o principal hormônio sexual masculino.

A testosterona, por sua vez, desempenha múltiplos papéis no organismo masculino, incluindo:
- o desenvolvimento dos órgãos sexuais;
- a regulação da produção de espermatozoides;
- o crescimento muscular;
- a distribuição de gordura corporal;
- a manutenção da densidade óssea.
Juntos, o LH e a testosterona desempenham funções vitais na fisiologia masculina, impactando desde a puberdade até a saúde sexual e reprodutiva ao longo da vida adulta.
O papel do hormônio luteinizante (LH) e da testosterona no sistema reprodutor feminino
No organismo feminino, o hormônio luteinizante (LH) desempenha um papel crucial no ciclo menstrual.
Durante o ciclo, a liberação de LH estimula a ovulação. Após a ovulação, o folículo rompido se transforma no corpo lúteo, que produz progesterona, outro hormônio importante para a preparação do útero para a gravidez.

Enquanto isso, a testosterona também é produzida em pequenas quantidades nos ovários e glândulas adrenais femininas. Esse hormônio desempenha um papel na:
- regulação do desejo sexual;
- saúde dos ossos e músculos;
- produção de energia;
- manutenção da função reprodutiva.
Embora em menor quantidade do que nos homens, a testosterona é essencial para várias funções fisiológicas nas mulheres.
As causas do hormônio LH baixo e suas consequências para a reprodução
Um baixo nível do hormônio luteinizante (LH) pode ser resultado de várias condições médicas, como disfunções na glândula pituitária, síndrome de Kallmann, síndrome de Turner, síndrome de Prader-Willi ou outras condições que afetam o sistema hormonal.
Esse quadro pode ter diversas consequências, especialmente em homens, como:
- redução da produção de testosterona, o que pode levar à diminuição da libido;
- disfunção erétil;
- infertilidade;
- diminuição da massa muscular;
- fadiga;
- alterações no humor.
Nas mulheres, níveis baixos de LH podem causar:
- distúrbios menstruais;
- dificuldade na ovulação
- irregularidades no ciclo menstrual;
- dificuldades na concepção.
As causas da testosterona baixa e suas consequências para a reprodução
Níveis baixos de testosterona, conhecidos como hipogonadismo, podem ser causados por uma série de fatores, como problemas nos testículos (devido a lesões, infecções, câncer, entre outros), distúrbios hormonais, doenças crônicas, obesidade, medicamentos ou idade avançada.
Algumas das consequências de baixos níveis de testosterona são:
- redução da libido;
- disfunção erétil;
- diminuição da massa muscular;
- fadiga;
- perda de pelos corporais;
- alterações no humor;
- diminuição da densidade óssea;
- problemas cognitivos.
Estratégias atuais para aumentar os níveis do hormônio LH e da testosterona
O tratamento médico para aumentar os níveis do hormônio luteinizante (LH) pode variar dependendo da causa subjacente dos níveis baixos desse hormônio.
Se a baixa produção de LH estiver relacionada a distúrbios hormonais ou problemas na glândula pituitária, o tratamento pode envolver terapia de reposição hormonal.
Isso pode incluir o uso de medicamentos que contenham hormônios sintéticos, como gonadotrofina coriônica humana (hCG) ou gonadotrofina menopáusica humana (hMG), que podem ajudar a estimular a produção natural de LH e FSH (hormônio folículo-estimulante) no organismo.
Aumentar os níveis de testosterona pode ser buscado através de várias estratégias, dependendo da causa subjacente da baixa produção desse hormônio.

Mudanças no estilo de vida desempenham um papel fundamental, incluindo a prática regular de exercícios físicos, especialmente o treinamento de resistência, que pode ajudar a estimular a produção natural de testosterona.
Além disso, uma alimentação balanceada e rica em nutrientes essenciais, como zinco, vitamina D, ômega-3 e proteínas, pode contribuir para manter os níveis hormonais adequados.
O controle do estresse e a qualidade do sono também são importantes, pois o estresse crônico e a privação do sono podem impactar negativamente os níveis de testosterona.
Em alguns casos de deficiência grave de testosterona, o médico pode considerar a terapia de reposição hormonal, que pode ser administrada por meio de injeções, adesivos cutâneos, géis ou implantes, sempre prescritos e monitorados por um profissional de saúde para garantir a segurança e eficácia do tratamento.
Na seção seguinte, você vai ver novas possibilidades que podem surgir para tratar os baixos níveis desses hormônios através da suplementação com ácido D-aspártico.
Quais os efeitos da suplementação do ácido D-aspártico na reprodução?
O ácido D-aspártico (D-Asp) é um aminoácido fisiológico que ocorre, principalmente, na glândula pituitária e testículos. Ele desempenha um papel crucial no cérebro e no sistema endócrino, aumentando os níveis do hormônio LH e estimulando a síntese de testosterona.
Em um estudo publicado no jornal Reproductive Biology and Endocrinology em outubro de 2009, estudou-se o efeito da administração de D-aspartato de sódio em ratos e em humanos.
Um grupo de 23 homens saudáveis, entre 27 e 37 anos, foi submetido a um teste de 12 dias consecutivos, recebendo uma dose oral de D-aspartato de sódio, enquanto outro grupo de 20 homens recebeu um placebo. A partir disso, os níveis de LH e testosterona foram monitorados passados 6 e 12 dias de tratamento e nos três dias após a suspensão.
Resultados revelaram que após 12 dias houve um aumento significativo de 87% nos níveis de LH e 42% nos níveis de testosterona no grupo tratado com o ácido D-aspártico, contrastando com o grupo placebo, no qual não houve aumento. Contudo, o efeito do ácido D-aspártico na regulação hormonal mostrou-se dependente do tempo, visto que no período de seis dias não havia sido identificado aumento significativo.
Curiosamente, mesmo três dias após a interrupção do tratamento, o ácido D-aspártico continuou a ser detectado em quantidades significativas nos testículos, estimulando a liberação de testosterona.
Ácido D-aspártico na hipófise e nos testículos
Os experimentos deste estudo conduzidos em ratos revelaram que os efeitos do ácido D-aspártico na reprodução estão associados à regulação da síntese de LH e testosterona na hipófise, mediada pela ação do cGMP, e nos testículos, por meio do cAMP, que atuam como segundos mensageiros na transdução do sinal.

Além disso, tanto a hipófise quanto os testículos possuem a enzima racemase-D-aspartato, crucial para a produção do ácido D-aspártico, reforçando ainda mais seu papel vital no sistema endócrino.
Esse estudo torna mais evidente os efeitos do ácido D-aspártico na reprodução através do papel e o mecanismo molecular do mesmo na liberação e síntese do hormônio LH e da testosterona.
Entender a função e mecanismos de ação dos nutrientes no organismo é fundamental para utilizar o potencial dos alimentos funcionais e suplementos nutricionais com a abordagem da Nutrição Funcional.
Também é importante ressaltar que cada caso é único e o tratamento é personalizado de acordo com a causa específica da deficiência de LH ou de testosterona, visando restaurar o equilíbrio hormonal e melhorar a função reprodutiva quando necessário.
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