A fisiologia humana evoluiu durante períodos de flutuações dramáticas no suprimento e na demanda de energia. Lidar com essas mudanças deu ao corpo humano a capacidade de gerenciar o metabolismo energético para armazenamento e uso ideal de recursos durante estados de excesso de alimentos ou de fome, assim como períodos de descanso ou de aumento da demanda de energia. A capacidade de adaptar eficientemente o metabolismo dependendo da demanda ou da oferta é conhecida como flexibilidade metabólica.

Flexibilidade metabólica, saúde e doença
Os mecanismos de manutenção da saúde são silenciosos. Geralmente, não percebemos ou experimentamos a saúde em sua plenitude. Na maior parte das vezes, apenas identificamos quando adoecemos.
A flexibilidade metabólica nos permite adaptar eficientemente o metabolismo através da detecção de recursos, tráfego, armazenamento e utilização, dependendo da disponibilidade e da necessidade. Na revisão referenciada, os pesquisadores discutem a amplitude e a profundidade da flexibilidade metabólica e seu impacto na saúde e na doença.
A flexibilidade metabólica é essencial para manter a homeostase energética em tempos de excesso ou restrição calórica, e em tempos de baixa ou alta demanda de energia, como durante o exercício. O fígado, o tecido adiposo e o músculo governam o metabolismo sistêmico da flexibilidade e gerenciam a detecção, absorção, transporte, armazenamento e gasto de nutrientes por comunicação via sinais endócrinos.
Observamos que a flexibilidade metabólica está comumente comprometida em patologias associadas à obesidade. No músculo esquelético (maior queimador de gordura que existe), uma boa flexibilidade está relacionada à maior sensibilidade à insulina, adiposidade corporal e inflamação reduzidas, à maior capacidade cardiovascular e à densidade mitocondrial.
Um sistema complexo
O metabolismo humano é um sistema complexo. Quando comemos (especialmente alimentos carregados de carboidratos), nossos níveis de insulina aumentam, o que estimula nossas células a absorverem a glicose. As mitocôndrias da célula usam a glicose para produzir ATP ou energia. Qualquer glicose excessiva, além do que o corpo necessita, será armazenada como glicogênio. Qualquer gordura que não seja utilizada também será armazenada (através de um processo chamado lipogênese). Durante períodos de jejum ou fome, o corpo invoca essa energia armazenada.
Quanto mais longo o período de jejum, mais o corpo acabará por reverter para a lipólise, ou seja, para a quebra de gordura em ácidos graxos para usar como combustível. Os sujeitos metabolicamente flexíveis possuem uma densidade mitocondrial muito maior e queimam mais gordura em uma dieta rica em gordura.
Em um nível molecular, a flexibilidade metabólica depende da configuração de vias metabólicas que são reguladas por enzimas metabólicas chave e fatores de transcrição, muitos dos quais interagem intimamente com as mitocôndrias.
A chave para a flexibilidade metabólica
A flexibilidade metabólica é provavelmente mais propriamente compreendida como um sistema de componentes interativos para gerir os recursos energéticos e as necessidades na saúde e na doença. Juntamente com o sistema endócrino, as mitocôndrias orquestram a reprogramação metabólica necessária para sustentar a função celular em condições saudáveis e patológicas.
Revelar os principais denominadores da flexibilidade metabólica como alvos de intervenção estratégica é fundamental para impedir o surgimento de doenças metabólicas. Além de prevenir a inflexibilidade, tais estratégias podem prolongar a saúde e a expectativa de vida.
Devido às disparidades genéticas e epigenéticas dos seres humanos e às enormes variedades de estilo de vida, não é impensável que cada pessoa crie uma maneira única de manter a homeostase energética. À luz dos rápidos desenvolvimentos no campo da nutrigenômica e medicina personalizada, pesquisas futuras provavelmente se concentrarão na união entre flexibilidade metabólica e medicina personalizada.
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